ADOLESCÊNCIA VS ABORRESCÊNCIA
Nenhuma
outra fase provoca tantas dúvidas, inquietações ou receios nos pais.
É
vulgar atribuir a esta fase uma série de riscos (discurso alarmista):
•
variações de humor;
•
alterações de comportamento;
•
consumo de álcool ou drogas.
É
importante salientar que a maioria dos jovens vive a adolescência…………
…
de uma forma saudável e sem grandes problemas.
O QUE É ?
ADOLESCÊNCIA:
conjunto de alterações profundas no crescimento físico, na maturidade sexual e
emocional. É um período de dificuldades e conflitos relacionados com todas
essas transformações mas também um período rico em ideias, experiências, sonhos
e projetos.
Quando começa?
Começa com a puberdade, isto é, com a entrada em
funcionamento dos órgãos sexuais e, portanto, com o aparecimento da primeira
menstruação nas raparigas (menarca) e com a possibilidade da primeira
ejaculação no rapaz (em termos de idade é muito variável).
Quando acaba?
Quando se pode considerar que uma pessoa já é adulta
tanto biológica como psicologicamente, sendo muito variável de pessoa para
pessoa a idade em que isto acontece.
Há quatro tarefas que se impõem ao funcionamento psíquico
nesta fase que devem ser destacadas:
1. Transformação física (aspecto positivo que reforça o
crescimento);
2. Alteração da relação com o grupo de pares;
3. Alteração da relação com os pais;
4. Alteração na forma de encarar o futuro.
OS CONFLITOS SURGEM ESSENCIALMENTE:
- Tempo passado fora de casa:
•
Pais: dificuldade em suportar o afastamento dos filhos; medo das más
companhias, medo de problemas afectivos e sexuais.
•
Filhos: querem estar com os
amigos.
- Autoridade e liberdade:
•
Pais:
pensam que os filhos ainda precisam de protecção e controlo.
•
Filhos: querem fazer a sua vida, à sua maneira.
- Sobre o comportamento:
•
Pais:
preocupam-se mais com os aspectos formais.
•
Filhos: gostam do informal, da
aventura e experiências novas.
- Sobre as ideias:
•
Pais: procuram transmitir ideias e valores em
que acreditam.
•
Filhos: gostam de invenção, da descoberta, da
aventura, do risco e querem marcar a diferença.
- Sobre o futuro:
•
Pais: preocupação quase exclusiva com o
futuro.
•
Filhos: dão importância ao presente e ao
prazer actual.
TUDO ISTO É COMPLICADO
•
Pais: medo que os filhos já não gostem deles.
•
Filhos: culpabilidade
em relação ao distanciamento em relação aos pais.
O Canto da Psicologia Reforça …
… o papel dos adultos como modelos de
identificação, marcando uma natural diferença de papéis e gerações.
A Adolescência é
ü Tempo natural de
contestação, oposição e confronto.
ü É importante que durante a adolescência se estimule o
“questionar as coisas”, para que os jovens não fiquem “clones” dos pais.
É muito importante que
contestemos a ideia de que a adolescência é como um autocarro que transporta os
jovens desde crianças até serem adultos, um transporte onde poderão fazer todos
os disparates só porque estão na ”idade
difícil” e no qual os mais velhos precisam de aguentar a “viagem” (Daniel
Sampaio).
Devemos considerar os
adolescentes como, embora inexperientes, capazes de tomar decisões sobre muitos
assuntos (sobretudo acerca dos que lhes dizem respeito) e de assumir as
consequências das suas acções.
O Canto Partilha 10 Regras
de Ouro para os PAIS de ADOLESCENTES
1ª Escute o seu filho.
Esteja sempre disponível para o diálogo.
2ª Seja afectuoso. Não se
iniba de lhe demonstrar afecto, desde que não embarace demasiado junto dos
amigos.
3ª Envolva-se na vida do seu
filho e acompanhe os seus estudos. O seu envolvimento é tanto ou mais
importante do que na infância. Não há qualquer razão para que não participe
activamente na vida do seu filho adolescente.
4ª Procure conhecer os
amigos do seu filho. Só assim poderá
compreender melhor os seus comportamentos.
5ª Eduque com firmeza.
Defina limites e estabeleça regras claras e adequadas.
6ª Evite controlar e gerir
demasiado. A autonomia é essencial para que o adolescente cresça bem. Dê espaço
para que aprenda a ter confiança em si mesmo e a decidir sem lhe pedir opinião
por tudo e por nada.
7ª Oriente o seu filho nas
decisões mais difíceis. Ele ainda não está suficientemente preparado para
planear, estabelecer prioridades, organizar o pensamento, gerir os impulsos e
ponderar todas as consequências dos seus actos.
8ª Cultive expectativas
positivas em relação ao seu filho. Mas seja realista: não tenha expectativas
nem demasiado elevadas, nem demasiado baixas.
9ª Ajude o seu filho a ser
um cidadão consciente e responsável. Desenvolva nele o respeito por todas as
pessoas, independentemente da sua raça, estatuto ou religião.
10ª Ame incondicionalmente o
seu filho, sobretudo quando ele comete erros.
Drª Cláudia Sá
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
-
Fonseca, Helena.
2005. Viver com adolescentes – Editorial Presença
-
Sampaio, Daniel.
2006. Lavrar o Mar: um novo olhar
sobre o relacionamento entre pais e filhos
- Editora Caminho.
A adolescência é muito difícil.
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