quinta-feira, 27 de março de 2014

Trocando por Graúdos


ADOLESCÊNCIA VS ABORRESCÊNCIA




Nenhuma outra fase provoca tantas dúvidas, inquietações ou receios nos pais.
É vulgar atribuir a esta fase uma série de riscos (discurso alarmista):

          variações de humor;
          alterações de comportamento;
          consumo de álcool ou drogas.

É importante salientar que a maioria dos jovens vive a adolescência…………
… de uma forma saudável e sem grandes problemas.

O QUE É ?
ADOLESCÊNCIA: conjunto de alterações profundas no crescimento físico, na maturidade sexual e emocional. É um período de dificuldades e conflitos relacionados com todas essas transformações mas também um período rico em ideias, experiências, sonhos e projetos.

Quando começa?
Começa com a puberdade, isto é, com a entrada em funcionamento dos órgãos sexuais e, portanto, com o aparecimento da primeira menstruação nas raparigas (menarca) e com a possibilidade da primeira ejaculação no rapaz (em termos de idade é muito variável).

Quando acaba?
Quando se pode considerar que uma pessoa já é adulta tanto biológica como psicologicamente, sendo muito variável de pessoa para pessoa a idade em que isto acontece.

Há quatro tarefas que se impõem ao funcionamento psíquico nesta fase que devem ser destacadas:
1. Transformação física (aspecto positivo que reforça o crescimento);
2. Alteração da relação com o grupo de pares;
3. Alteração da relação com os pais;
4. Alteração na forma de encarar o futuro.

OS CONFLITOS SURGEM ESSENCIALMENTE:
- Tempo passado fora de casa:
         Pais: dificuldade em suportar o afastamento dos filhos; medo das más companhias, medo de problemas afectivos e sexuais.
          Filhos: querem estar com os amigos.
            - Autoridade e liberdade:
          Pais: pensam que os filhos ainda precisam de protecção e controlo.
          Filhos: querem fazer a sua vida, à sua maneira.
- Sobre o comportamento:
          Pais: preocupam-se mais com os aspectos formais.
          Filhos: gostam do informal, da aventura e experiências novas.

- Sobre as ideias:
          Pais: procuram transmitir ideias e valores em que acreditam.
          Filhos: gostam de invenção, da descoberta, da aventura, do risco e querem marcar a diferença.
  
- Sobre o futuro:
          Pais: preocupação quase exclusiva com o futuro.
          Filhos: dão importância ao presente e ao prazer actual.

TUDO ISTO É COMPLICADO
          Pais: medo que os filhos já não gostem deles.
         Filhos: culpabilidade em relação ao distanciamento em relação aos pais.

O Canto da Psicologia Reforça …
… o papel dos adultos como modelos de identificação, marcando uma natural diferença de papéis e gerações.
A Adolescência é
ü   Tempo natural de contestação, oposição e confronto.
ü  É importante que durante a adolescência se estimule o “questionar as coisas”, para que os jovens não fiquem “clones” dos pais.
É muito importante que contestemos a ideia de que a adolescência é como um autocarro que transporta os jovens desde crianças até serem adultos, um transporte onde poderão fazer todos os  disparates só porque estão na ”idade difícil” e no qual os mais velhos precisam de aguentar a “viagem” (Daniel Sampaio).

Devemos considerar os adolescentes como, embora inexperientes, capazes de tomar decisões sobre muitos assuntos (sobretudo acerca dos que lhes dizem respeito) e de assumir as consequências das suas acções.

O Canto Partilha 10 Regras de Ouro para os PAIS de ADOLESCENTES

1ª Escute o seu filho. Esteja sempre disponível para o diálogo.

2ª Seja afectuoso. Não se iniba de lhe demonstrar afecto, desde que não embarace demasiado junto dos amigos.

3ª Envolva-se na vida do seu filho e acompanhe os seus estudos. O seu envolvimento é tanto ou mais importante do que na infância. Não há qualquer razão para que não participe activamente na vida do seu filho adolescente.

4ª Procure conhecer os amigos do seu  filho. Só assim poderá compreender melhor os seus comportamentos.

5ª Eduque com firmeza. Defina limites e estabeleça regras claras e adequadas.

6ª Evite controlar e gerir demasiado. A autonomia é essencial para que o adolescente cresça bem. Dê espaço para que aprenda a ter confiança em si mesmo e a decidir sem lhe pedir opinião por tudo e por nada.

7ª Oriente o seu filho nas decisões mais difíceis. Ele ainda não está suficientemente preparado para planear, estabelecer prioridades, organizar o pensamento, gerir os impulsos e ponderar todas as consequências dos seus actos.

8ª Cultive expectativas positivas em relação ao seu filho. Mas seja realista: não tenha expectativas nem demasiado elevadas, nem demasiado baixas.

9ª Ajude o seu filho a ser um cidadão consciente e responsável. Desenvolva nele o respeito por todas as pessoas, independentemente da sua raça, estatuto ou religião.

10ª Ame incondicionalmente o seu filho, sobretudo quando ele comete erros.


Drª Cláudia Sá

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS:
-          Fonseca, Helena. 2005. Viver com adolescentes – Editorial Presença
-          Sampaio, Daniel. 2006. Lavrar o Mar: um novo olhar sobre o relacionamento entre pais e filhos - Editora Caminho.











1 comentário: