sábado, 31 de agosto de 2013

Terapia do Palato


Era uma vez nas Azenhas...

 
 
Da Zambujeira ás Azenhas do Mar poucos quilómetros são necessários bater. O desafio deste palato não se media pela distância mas pela paciência e persistência.
 
A fila é longa mas a espera vale a pena até à última garfada. Onde os pratos de marisco são réis e senhores, sempre bem regados, os sabores trazem o mar salgado para a mesa e os aromas pedem sempre mais.
 
Não deixe que o seu palato se acanhe e depois conte-nos como foi!  
 
Praia da Azenha do MarCódigo Postal: 7630 569 SÃO TEOTÓNIO

Telefone: 282947297
Site:
www.facebook.com/pages/Restaurante-A-Azenha-do-Mar/263213220990
Distrito: Beja
Concelho: Odemira
Freguesia: São Teotónio


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Terapia do Palato


 Até onde esta "Barca" o pode levar!


O nosso palato meteu férias largou o conforto da cozinha tão à sua medida e aventurou-se em sabores por explorar. Fez-se à estrada sem mapas ou bússola e deixou-se guiar pelos restantes sentidos. Na primeira paragem deu de caras com o Restaurante a Barca Tranquitanas e não se fez de esquisito e deixou-se levar...foi de saborear e chorar por mais. 
Este palato que teimava não gostar de feijão, rendeu-se às evidências únicas de uma feijoada de choco mal o sabor dos percebes lhe ultimaram o gosto. Passou para almoçar e acabou por jantar e saiu a rebolar em direcção à Zambujeira do Mar. O resto...o resto é para quem gosta de comprovar com o seu palato. 

Arrisque...vai valer a pena.


Arménio Silva 
Entrada da Barca
7630 Zambujeira do Mar
T: (+351) 283 961 186

GPS: 37°32'58.25"N / 8°47'29.25"W


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Terapia Palato


 Leite Creme 


Um palato guloso nunca se deixa enganar...vai atrás das cores, texturas e cheiros que entre portas e janelas se deixam aventurar. Quase jurávamos vir ainda de guardanapo na mão mas...era apenas uma folha onde a letras quase ilegíveis uma receita que a tradição amarelou mas não apagara.

1 litro de leite que num tacho se estende com uma raspa de limão e dois paus de canela, começa a fumegar sem deixar a colher de pau parar. Faz bolhas que sobem como quem quer fugir do tacho e impele ao baixar do lume.
 À parte mas sempre de olho no manto branco que se prepara seis gemas de ovo, seis colheres de açúcar, com mais duas de farinha e a mesma quantidade de maizena, se misturam sem medos até formarem uma massa homogénea.
Com a ajuda preciosa de um mexedor de arame (cabeça de bruxa/aranha) junta-se a massa ao leite e sem parar dão-se voltas e reviravoltas no sentido circular até que se ganhe espessura e homogeneidade. Retira-se do lume e coloca-se num ou nos recipientes até arrefecer.

O resto é a magia da canela ou do açúcar queimado que lhe dão o brilho.

                                                                                               E hummm...Boa Sessão

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Terapia do Palato


Caracoletas Mostardadas


Ainda com areia no pé e cheiro a praia um ligeiro aroma a petisco acompanhou este paladar até ao divã. Num petisco que se come sem desejar terminar, vai dando água pela barba na hora de molhar o pão torrado no caldo amarelado. As Caracoletas ou se adoram ou nem velas, mas assadas...caiem sempre como pérolas num colar.

1Kg de Caracoletas grandes 
2 dentes de Alho 
Manteiga
1 colher de chá deMostarda Dijon
1 colher de sopa de Cognac 
Salsa 
Piri-Piri q.b.
Sal q.b.
Manjericão
Raspas de laranja

Lave as caracoletas muito bem em água corrente depois por várias águas com sal grosso, e volte a lavar só com água. 
 [São matreiras e gostam de acumular areia nas espirais da sua "casota".]

A chapa já à espera em braza, tempere na hora as caracoletas com sal e uma pequena porção de mostrada à porta da casquinha.  Coloque as caracoletas viradas para cima, para que elas ao sentir o calor saiam facilmente para fora. Então já depois de mortas vá voltando as caracoletas até estarem bem assadas. 

O pão já a torrar começa a chamar pela manteiga. E então o belo caldinho amarelo começa a fazer-se bom...Pique o alho muito bem picado, junte a mostarda,  a manteiga derretida, uma pedra de sal, o cognac e um pouco de piri-piri. Misture tudo muito bem e leve a aquecer em lume brando para apurar e finalize em grande com umas folhas de manjericão e raspas de laranja para travar os aromas fortes.

Deixe o seu palato a levitar...
Boa Sessão
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013




31 de Julho


Férias!! Férias!! Férias!!

Ando metade do ano a desejar férias e a outra metade a temê-las! Nem sei bem porquê! Um ciclo que termina, mais do que aquele final de ano onde quase  todos ritualizam fazendo o  “balanço” e “saldo”, para mim, é este final de ano, o laboral!

Encerro os processos, os que consigo, outros ficam pendentes até ao meu regresso e ainda outros, entrego-os a colegas para que os prossigam. E lá vou eu, de férias, sem conseguir deixar para trás tudo isto de uma forma temporária e levando comigo esta mesma responsabilidade que não me permite ficar literalmente, de férias!
E sinto que, mais do que nunca, este ano vacilo entre a satisfação de ir e a insatisfação de não ficar por cá na minha rotina diária. Que coisa tão anormal! Quem a esta altura me pudesse ler, com certeza diria que, efectivamente, faz todo o sentido eu andar neste processo terapêutico! Não pode ser normal este meu sentir!

Isto traz-me à memória as minhas férias! Lembro da família toda junta, dos amigos em que a amizade intervalava até ao próximo verão e quando acontecia o reencontro, tudo voltava a ser o mesmo e, que bem me sabia… há que longos tempos eu não tenho esta sensação de retorno pacífico, contentor e sobretudo afectuoso. Sentimos que ninguém nos esquece! Que continuam ali! E que não é a ausência de nós, enquanto corpo, que faz com que se desapareça da memória de alguém! Será? Às vezes duvido!
Vendo bem, até lá no trabalho, tudo continua, eu, de facto, não sou imprescindível! Onde vou buscar eu, esta necessidade de sentir que o sou? Lá volto eu aquela sessão onde falei das férias dos meus filhos e de quanto isso me importunava e lembrei do que eu própria sentia quando me separava da minha mãe: tinha medo que ela me esquecesse!


- Bom dia Madalena!


Férias! Pois então…

Não sei como serão as minhas! Assusta? Talvez! Como vou lidar com a Matilde e os desafios que ela me vai colocar, desafios estes, normais nesta fase de crescimento mas acentuados pelo facto de estarmos mais tempo juntas? E com o João e os seus 16 anos? Durante o ano de trabalho, eu vou estando ocupada e às vezes, reconheço, adiando e fugindo do inevitável! Nas férias, há confrontos, entre o ir ao café, sair à noite, vir tarde! Ou, ir dormir à casa da amiga, ficar a jogar até tarde na casa dos primos… E eu e o meu marido, o que fazemos? Podemos fazer muito, namorar, nestes espaços em que enquanto casal estamos sozinhos mas, será que ainda sei? E entre uma ida à praia e um jantar a dois, será que ainda sei estar enquanto mulher, amante?

Fiquei com as palavras: - Tenha umas óptimas férias, Madalena! Estarei por aqui à sua espera com “processos pendentes”, outros novos para serem pensados e quem sabe, alguns para serem encerrados. Não há qualquer risco de ser “esquecida”.


E entrei de férias… Lá para Setembro regresso, convicta de que tenho alguém à minha espera e que tudo voltará a ser o mesmo!


sábado, 3 de agosto de 2013

Terapia do Palato


Após a ausência da sessão anterior este palato sentia-se comprometido...pelo pecado compensatório da gula que o fez cair em tentação num snack de improviso. A necessidade de tapar aquele buraquinho que despoletava como um pequeno alarme no seu estômago  empurrou-o para a cozinha e deitar a mão a meia dúzia de coisas que combinadas...se revelaram tão suculentas.






3 fatias de Pão rústico

1 lata de Atum

3 rodelas de Courgette

Tomates Chucha

6 gomos de Maçã

folhas de Manjericão

Mozarella


Pão que é pão tem sempre de ter algo em cima...vai daí colocam-se os ingredientes em monte em cima das fatias. Equilibra-se e coloca-se na tostadeira ou no forno e....

                                                                                            Bom sessão


quinta-feira, 1 de agosto de 2013




Nos Preâmbulos da Depressão (Texto II)
Silêncio, nostalgia...
Hora morta, desfolhada,
sem dor, sem alegria,
pelo tempo abandonada.

Luz de Outono, fria, fria...
Hora inútil e sombria
de abandono.
Não sei se é tédio, sono,
silêncio ou nostalgia.

Interminável dia
de indizíveis cansaços,
de funda melancolia.
Sem rumo para os meus passos,
para que servem meus braços,
nesta hora fria, fria?

Fernanda de Castro


Através do poema, levamos-lhe o retrato digitalizado da Depressão.

Nele, habita a nostalgia de um passado que não mais pode ser, onde os rasgos da memória persistem em manter vivos resquícios de felicidade, que esquadrinham caminho para a solidão. O silêncio denuncia a dor, acutilante, que destrói o corpo e a alma. Dor que esmaga, que fere e que entorpece. Dor que perpassa pelo corpo, atravessando as entranhas e aflorando na pele. Dor macilenta, que enfraquece o brilho da vida, como luz liquefeita num dia cinzento.

Assim é, também, o retrato do doente deprimido. Para quem a depressão encontra terreno fértil no esboçar da solidão. Cuja voz cala, gritando apenas para dentro. Onde as lágrimas são espelho de sofrimento, esse que, ainda que vencido pelo cansaço, persiste interminavelmente. Fechado para o mundo, em si lavra a dor que carrega no corpo, movendo-se sob tamanho peso, numa letargia mortífera. Diante de tão difíceis passos, resta o sono, o tédio e o marasmo. Nada mais interessa, nada mais importa. Os braços não têm como erguer tão grandioso pesar.

E assim são passados anos, num imenso desencontro consigo. Com eles, vão ficando a saudade do que foi e a amargura pelo que poderia ser, numa teia que se esgrime a passos largos, num afundamento profundo. Teia que se estende para além de si, aprisionando aqueles que da sua vida fazem parte (e continuam a fazer), ainda que, muitas vezes, disso não se aperceba. A depressão é, efectivamente, para um largo espectro de pessoas, um sofrimento partilhado, que envolve e lacera terceiros. Contrastando com a convicção do doente deprimido de que está sozinho e incapaz de escapar ao sucumbir da dor mental, estão consigo, lado a lado mas eventualmente sem se tocarem, alguns significativos. Estes últimos, à espera de uma oportunidade para ajudar, num sofrimento e impotência violentíssimos.

É, assim, necessário criar um espaço de encontro para o doente deprimido. De encontro, primordialmente consigo, mas não apenas. De encontro com a realidade, com o outro, num trabalho que se faz pela contenção da dor, pela vivência e transformação do luto e pelo caminho para a liberdade.

Fale connosco,
O Canto da Psicologia
Dr.ª Joana Alves Ferreira