terça-feira, 30 de abril de 2019

A magia do peso dos netos...





Já não é novidade que o treino de força é um elemento chave para uma maior longevidade no ser humano. A provar esta evidência, um estudo feito pela Sociedade Europeia de Cardiologia entre 2001 e 2016 envolvendo quase 4000 pessoas entre os 41 e os 85 anos, veio revelar que pessoas com bons testes de potência muscular a nível de membros superiores têm tendência a viver mais anos e com maior qualidade de vida. Os testes foram feitos com força superior, porque é comum pessoas mais velhas, segurarem ao colo os netos.

A potência muscular tende a baixar gradualmente após os 40 anos, assim como a massa muscular e densidade mineral óssea, logo, bons níveis de força, irão corresponder a médio longo prazo numa melhor velhice.

O treino de potência deve fazer sempre parte do plano de treino de força 1 a 2x por semana, mas devidamente orientado por um profissional, de forma que:

- a carga seja desafiante, mas não demasiado alta de forma a que seja possível ter uma boa velocidade de execução;
- velocidade de execução alta, mas com padrão de movimento correto.


Bons treinos



Instagram: hugo_silva_coach
-Licenciatura Educação Física/Especialização Treino Personalizado
-Pós-Graduação em Marketing do Fitness 
-Pós-Graduando em Strength and Conditioning
-Director Técnico ginásio Lisboa Racket Centre

quinta-feira, 11 de abril de 2019

TERAPIA FAMILIAR - Quem é o bode expiatório?





Afamília é uma unidade fundamental composta por pessoas que estabelecem entre si profundas ligações afetivas, numa teia complexa que se estabelece ao longo da vida, unindo várias gerações. 

Para esta dinâmica relacional, convergem um conjunto de fenómenos que são, muitas vezes, de natureza inconsciente, e que interferem com todos os seus elementos. Com efeito, a família é um grupo permeado por diferentes relações, sentimentos e pensamentos, que podem ou não ser elaborados ao longo da relação familiar.

Na intervenção terapêutica com famílias, verificamos que existe frequentemente um elemento que funciona como uma espécie de porta-voz familiar, como se se tratasse de um “bode expiatório” para o grupo familiar, na medida em que são depositados em si todos os conteúdos indesejados pelos outros membros da família. Curiosamente, o que habitualmente leva uma família a procurar terapia são precisamente os sintomas deste membro. Como se aquele fosse o paciente identificado por todos, para o qual é direcionado o rótulo de ser o elemento problemático. 

Mas, numa leitura psicanalítica das famílias, o que isto verdadeiramente significa, é que estes sintomas poderão ser a expressão de uma desorganização familiar mais ampla ou, noutros casos, que os sintomas apresentados pelo porta-voz da família, ainda que possam ter a sua origem em circunstâncias da vida particular do sujeito, foram apoiados e reforçados pelo sistema familiar. Por exemplo, um adolescente que age a agressividade que parece permear a relação entre os pais de forma silenciosa, atuando a violência que permeia os laços familiares e trazendo o sintoma para o palco das suas atuações ou, por outro, uma filha que decide regride a uma posição mais dependente dos pais após uma ruptura amorosa e que, inconscientemente, os pais (e/ou a restante família) reforçam, porque as questões de dependência são uma problemática inerente àquela família.

Quer isto dizer que manter um elemento refém deste legado representa uma tentativa de preservar a homeostase do grupo, sendo, frequentemente, essa a expectativa no pedido que é feito quando se procura terapia familiar – que, de algum modo, o terapeuta se foque no paciente identificado, trabalhando para mudá-lo. Todavia, na leitura do terapeuta familiar, este elemento será apenas o portador do problema: aquele que traz a problemática familiar pelas mãos, para que esta possa ser escutada e pensada. Tem, por isso, um lugar importante, na medida em que é através do seu sintoma que é possível escutar os aspetos inconscientes da família.

Assim, a Terapia Familiar constitui-se como um espaço de diálogo, que se constrói e desenvolve no tempo, envolvendo todos os membros, numa tentativa de tornar consciente todos os aspectos disfuncionais da trama relacional entre os seus elementos, procurando romper e transformar estes legados.


Drª Joana Alves Ferreira








quarta-feira, 3 de abril de 2019

O mentiroso sintoma...






A linguagem dos sintomas – a mensagem que escondem
A mensagem da dor
Por detrás da dor
Por detrás do sintoma – o papel da psicoterapia, mitos e realidade
O perigo da pressa da supressão do sintoma





Esta semana estou no limite, já não aguento mais este estado de ansiedade. Parece que estou sempre no limbo, mas não percebo porquê. Parece que não estou nada melhor”
35 anos

“Sou uma pessoa muito ansiosa. Sempre fui uma pessoa muito calma e tranquila e de um momento para o outro comecei com crises de ansiedade. Preciso de resolver isto rapidamente.”
42 anos

“Tinha a expectativa de que a esta altura já estivesse melhor. Continuo a chorar quase todos os dias. E não sei porque é que choro. Acho que não há nada que me faça ficar assim. Gostava de voltar a ser a pessoa bem disposta e alegre que sempre fui. Preciso de estratégias para resolver isto…”
29 anos

“O meu amigo agora vai ao psicólogo. Está com a esperança de que vai lá uma vez e sai de lá com tudo resolvido. Tenho de lhe explicar que estas coisas levam tempo. Os sintomas vão aliviando à medida que o processo vai andando. Temos de colaborar deste lado, se não… “
16 anos

“A maioria das vezes o que aparece à superfície é o que se sente. Mas depois começam a surgir os problemas relacionados com as questões identitárias. Muitas vezes as coisas acontecem ao contrário”
                                                                                  Coimbra de Matos, 2013

Cada vez mais as pessoas que nos procuram, procuram porque começaram a sentir coisas  que não sentiam, ou que sentiam mas ganharam uma intensidade muito maior nos últimos tempos, ou porque têm pensamentos que as deixam inquietas, ou comportamentalmente alguma coisa se modificou (e não conseguem encontrar um significado para esta alteração). São diversos os motivos que levam as pessoas a procurarem acompanhamento psicoterapêutico, de forma mais ou menos transversal, porque surge um sintoma (porque existe uma dor, física ou mental). A expectativa, muitas das vezes, parece ser a de uma resolução ou transformação rápida. Existe um nível de desconforto acentuado e a pessoa quer que ele desapareça naturalmente.

Os sintomas, sejam eles de que natureza for, surgem como forma de traduzir algo que não tem a ver directamente com o sintoma físico ou mental. É quase como se pudéssemos olhar para o sintoma como a erva daninha que fica na superfície, que é visível, mas que cresceu de uma raiz (raiz esta que tem uma outra coisa, uma história, uma experiência, uma vivência, uma emoção, um pensamento…). Todo este processo, tem uma função, ou seja, o sintoma surge com uma função. E, muitas vezes, provêm de um conjunto de outras coisas que não conseguimos lidar ao longo da vida – as nossas vivências emocionais activam um conjunto de processos em nós que geram os tais sintomas. Também estes podem aparecer como forma de nos defendermos de determinada situação ou acontecimento, como se fosse o recurso disponível que nos permite lidar com um acontecimento, sentimento…Como se pudessem ser os mensageiros que trazem à nossa consciência a realização de que alguma coisa não está bem connosco.

Recordo um paciente que vem às primeiras consultas porque tinha um trabalho final de curso para apresentar e andava sem dormir. Tinha imenso medo de apresentações orais e com público; ficava num estado de ansiedade que gaguejava, transpirava, sentia que o coração lhe ia saltar pela boca e que a qualquer momento poderia desmaiar. As noites já há dois meses que andavam a ser complicadas, acordava de hora em hora e não conseguia ter um sono tranquilo e descansado. O pedido é a resolução dos problemas de sono a ajuda na preparação para a apresentação do trabalho final de curso. À medida que vamos caminhando começamos a perceber que existe uma relação bastante duradoura que tinha terminado, na sequência de uma traição, um sentimento enorme de inferioridade em relação aos outros, uma inveja e uma zanga em relação ao irmão mais novo (que sempre tinha sido o centro das atenções em casa). Bem, no fundo uma agressividade que não podia ser vivida nas relações e um sentimento de desamparo e de estar sozinho no mundo…

Com isto pretendo ilustrar que o sono, por exemplo, era apenas uma manifestação de uma mal-estar maior ou mais profundo, era um sintoma.

Sendo os sintomas a manifestação mais visível, consciente mas também dolorosa de algo que se está a passar dentro de nós, a “libertação” ou “desaparecimento” do mesmo não significa, necessariamente, resolução do problema. Significa, por vezes, que estamos mais capacitados e disponíveis para poder continuar o caminho até à compreensão de todo o processo que levantou ou desencadeou o ou os sintomas.

Um processo psicoterapêutico “bem sucedido” ou “com resultados” requer tempo para perceber, disponibilidade para olhar e cuidar e também aceitar, as coisas boas e más que fomos vivenciando.



Drª. Inês Lamares

O Canto da Psicologia





terça-feira, 2 de abril de 2019

1,2,3 macaquinho do chinês...







Desde os tempos de escola que não faz exercício físico? Saiba que nunca é tarde demais para o começar a fazer.

A investigação revela que os benefícios do exercício são idênticos na faixa dos 40 ou 50 anos, assim como fazê-lo na adolescência. Um último estudo, divulgado em Inglaterra, concluiu que homens e mulheres, dos 40 aos 61 anos, que aumentaram gradualmente o exercício físico para cerca de 7 horas semanais mesmo sendo sedentários durante anos, tiveram um decréscimo de risco de mortalidade por qualquer causa perto dos 35%.
O Estudo conclui também que os benefícios associados à prática do exercício, caso seja ativo e diminua lentamente o exercício com a idade, perderá muitos dos benefícios associados ao exercício.

Em suma, nunca é tarde para começar a ser fisicamente ativo, mantendo essa prática de forma a perdurar no tempo.

Bons treinos



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-Licenciatura Educação Física/Especialização Treino Personalizado
-Pós-Graduação em Marketing do Fitness 
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