quarta-feira, 29 de maio de 2013



Dia 22 de Maio

Hoje, cheguei mais cedo. Questiono-me, ( já vou fazendo isso)porque será?  Não apanhei trânsito, é uma hipótese! Saí mais cedo, é outra! Mas ficou claro para mim que uma das regras deste processo é a pertinência de chegar exactamente a horas: nem antes, nem depois da hora estipulada… logo, estes dez minutos que antecedem o meu toque de campainha, a minha hora, estou por aqui na rua a divagar sobre a minha antecipação de hoje.

Esta última semana foi um pouco atípica, reconheço. Para além da confusão de processos no trabalho,  a minha irritante colega Maria, com a sua prepotência e arrogância constante, que me tira do sério,  o João, este meu filho adolescente com uns incansáveis 16 anos, levaram-me ao limite.

Estou aqui de um lado para o outro, a fazer tempo, neste compasso de espera que me irrita e que faz crescer em mim uma ansiedade desconhecida a este nível. Porque estou assim? Ainda a semana passada eu me questionava sobre estes meus “dizeres” a uma estranha! Hoje, aqui e agora, reconheço que me é necessário este espaço, este tempo. Amanhã não sei se sentirei isto mas, hoje, faz-me sentido. Preciso verbalizar o que me vai aqui dentro e que teima em me desgastar.

Detesto lembrar e olhar para a Madalena de ontem, aos gritos a discutir com o meu filho, descontrolada, a ver a Matilde com um ar terrivelmente assustado, como se o futuro dela, ao olhar o irmão, não fosse de todo, aliciante. Com os seus oito anos, ainda está longe da adolescência mas, o que viu ontem, para já, deve impedi-la de crescer… menos mal, fico tranquila para aquele lado… estas dores de crescimento deles, batem aqui ,nas minhas próprias dores de crescimento e, às vezes, não sei o que fazer com elas.

E depois vem o pai que, com aquele ar de defesa de macho, resolve devolver-me que talvez eu, euzinha, não esteja exactamente nos meus dias e, para finalizar em grande e deitar mais achas à fogueira que me consome, pergunta-me: não será que estás naqueles dias do mês? Merda!!!!! Mas ninguém entende, o que de facto se está a passar? NINGUÉM?!?!?!?!?!?!?

Raios, que nunca mais passam os minutos!!!! E será que ela me vai entender? Será que ela também me vai perguntar se “estou naqueles dias do mês”? Eu não me entendo, de facto!! O que se terá passado comigo ontem? É assim tão complicado o João ir ao aniversário do amigo lá para o Bairro Alto? É assim tão difícil aceitar que ele é um adolescente e como tal está a desafiar-se e a desafiar-nos??? Está a CRESCER, carambas!!!! Em contra partida parece que eu é que estou a decrescer!!!!!

Ah!!! Boa!!! Está na minha hora! Vou tocar!

Bom dia Madalena!

Bom, nem sei o que dizer destes últimos 50 minutos. Ainda vou aqui a remoer uma série de coisas que eu disse, que ela questionou e que me levaram a ir lá bem distante, bem distante, a uma adolescência que eu, já nem me lembrava de ter acontecido: a MINHA! 

Curioso… tantas coisas que estavam por aqui arrumadas e que já nem me lembrava: gargalhadas, risos, angústias, amores, medos, insatisfação, inquietude… e que fantástico conseguir dar nomes às coisas!!!  Aqueles meus tremeres constantes, quando alguém do sexo oposto me olhava e sorria e eu não sabia o que fazer com as minhas mãos: ponho atrás das costa, não? Nos bolsos das calças? Não, são demasiado justas para lá caberem e mais do que isso, tiram-me “o cenário”… que giro!!!!!  As desculpas inventadas aos meus pais! A cumplicidade da minha mãe às “mentirinhas” sem dano, que dava ao meu pai! Meu Deus!!!! Parece que foi há séculos!!!

Bom, e mais, fez-me sentido quando lhe disse, logo ao início, que hoje tinha chegado 10 minutos mais cedo e ela devolveu-me: -  Curioso, podemos pensar sobre isso! Mas, a sua vontade de vir cá hoje, é inquestionável, que lhe parece? 

Parece-me mesmo muito bem!!!  Bom, vou pensar um pouco mais na adolescência que eu já tinha esquecido…


sexta-feira, 24 de maio de 2013




E a diferença que faz um divã de veludo?
Humm…escolha a cor e relaxe, vamos tratar do seu palato!

Se quiser impressionar com um creme tão acolhedor como veludo, deite mãos à receita e faça uma sopa de comer e chorar por mais. Instale o seu palato com toda a mordomia nesta sessão. Ele vai sentir-se contido e mimado.
  batatas grandes, que poderão ser três, sem risco de entrarem em competição nesta triangulação, bem descascadas, lavadas e cortadas a gosto, entram para o caldeirão  onde a água já a borbulhar de desespero, continua à espera.
 cenouras grandes, que poderão ser duas, não ameaçando a relação batatal,  perdem a sua forma arredondada , viram palitos toscos e  seguem o mesmo tratamento juntando-se às batatas                  
                   numa tertúlia tão feminina que as  põe a fervilhar.
Uma cebola média  cortada grosseiramente, sem pedir licença, interrompe a tertúlia,  impondo a sua companhia e conferindo o drama  depressivo que lhe é tão característico, fazendo encher mais o caldo que quase parece se  entornar.
Dois medalhões de maruca & Camarões, imponentes, mesmo congelados, saltam para o caldeirão com 1 pitada de sal e trazem a autoridade masculina para arrumar a bagunçada estridente.
Deixa-se cozer todos os ingredientes em conjunto e antes de passar pela  varinha mágica, retira-se um medalhão escolhido com a virilidade exigida para a ocasião,  desfazendo-o toscamente com um garfo e, adicionando posteriormente ao creme,                                  leva-se a lume brando.
·                   1/2 xícara de leite de coco - que se vai incorporando lentamente com o creme.
·         raspas de lima e laranja q.b. - raladas em tamanho mínimo e adicionadas de uma só vez ao creme e deixando-se levantar fervura, retira-se, calmamente, do lume;
·         raspas de queijo q.b. - de preferência um queijo macio que se envolva em fios à primeira colherada;
·         folhas de basílico e hortelã a gosto – trazem o toque denso e suave que torna a sessão até à ultima colherada…inesquecível!

P. S - Para palatos mais ariscos, que gostam de coisas intensas, uma pitada muito suave de noz moscada irá fazer diferença.

Para uma sessão a Dois…

quarta-feira, 22 de maio de 2013





Dia 15 de Maio


“E cá estou eu outra vez a subir estas escadas. Não sei se é impressão minha ou se hoje, estão mais difíceis de subir!

Assumo, é difícil de pôr em palavras tudo o que sinto. Mas, porquê? Parece que estou perra de pensamentos , como uma bicicleta enferrujada, ou talvez presa, limitada às tais grades… Mas presa, afinal, a quê?! E porquê?! Porque é que tenho que me sentir presa desta forma, ao ponto de me sentir impedida de dar nome às coisas que me desagradam? E depois, claro, bloqueio! Mas, parece que é importante eu fazê-lo!

Mas é difícil… Estando eu diariamente ligada a uma linguagem tão factual e impregnada de leis, ás vezes inquestionáveis, há que reconhecer que é difícil pôr o que sinto ( será que consigo dar nomes a estas coisas?) em palavras e levar estas coisas estranhas, a uma estranha, para a sessão! Vai na volta a terapeuta fica a pensar que endoideci e que a advogada certinha que lhe entrou pelo consultório, traz uma imensidão de confusões para desvendar… Bom, sobre isto tenho eu a certeza: é mesmo como me estou a sentir, CONFUSA!

- Bom dia, Madalena

E não saí melhor! Continuo confusa! Que fazer com isto? Ela devolveu-me umas tantas coisas, que me estão aqui a martelar! Reconheço que não fui capaz de lhe dizer o que estava a sentir em relação ao que me disse! Lá está o tal bloqueio! Conhecendo-me como me conheço já sei que logo à noite, exactamente quando quero descansar, tudo isto vai-me vir à memória e não sei que raio vou fazer a isto!

E agora, vou ter que esperar até para a semana para ver se sou capaz de, em sessão, dizer-lhe tudo isto que escrevi aqui! Sim, porque, vendo bem, isto é o meu sentir!! ´
Curioso...pelo menos consigo escrever…



sexta-feira, 17 de maio de 2013



Um banho de Côco sem espuma                                        




Para o Wook saltaram o azeite e os alhos, sempre acompanhados da cebola grosseira.
As lulas que pareciam ainda vivas precipitaram-se no rebordo e mergulharam no fundo dourado. Com estalinhos sugeriram o vinho branco e pouco depois imploraram pelo leite de côco. O ar ganhou o denso aroma que o iogurte natural veio realçar. Cumprimentaram-se e pouco depois já eram os melhores amigos. A exaltada noz-moscada e uns pozinhos de uma deusa Afrodite Indiana ainda não conhecida (que bem poderia habitar algures nas prateleiras cheias do supermercado oriental do Martim Moniz), fizeram o gosto ao dedo e fizeram-se cravinho e cardamomo.

- Deixem-me passar não quero perder pitada disto…devia ter entrado mais cedo. Como é que se começa uma coisa destas sem mim!

 As gambas já cozidas não perderam a oportunidade de se juntar à festa, deixando pegadas para os amendoins saídos da casca. A lima veio cortar o barato e trouxe a sua doce acidez. O arroz basmati cozido num refogado de cebola e alho, fervido sem mexer com chá de jasmim e raspas de laranja, veio abraçar e unir num manjar para línguas afiadas e espíritos de aventura sempre disponíveis para o fim da côcada.
Uma banana fazia-se espreitar da taça fruteira quase não resistindo ao festim mas…por hoje vamos deixá-la no seu lugar, quem sabe para a próxima recebe o convite?

Até lá delicie-se e deixe o seu paladar explorar a sua própria capacidade de insight


Boa sessão e bom apetite




Terapia do Palato…

O nosso palato podia deitar-se no divã e fazer uma viagem introspetiva de malas e bagagens, carregadas de experiências inconfundíveis e únicas num discurso ora doce e aveludado, ora amargo e espumoso.
O sabor de toda uma vida toldaria sessões que se cozinhariam em lume brando, mexendo e remexendo no sentido dos ponteiros de um tempo que se desfaria na boca e nos mergulharia na mais profunda essência de cada um. 
Choraria os seus dramas de aparências irresistíveis e gostos que não lhes correspondiam, regrediria às refeições passadas e purés de uma infância marcada pela “primeira vez disto e daquilo”, passando pelos almoços de domingo na casa da avozinha já sem lancheira com biscoitos mas com um acne borbulhante e empunharia o seu garfo, persistentemente, no apelo dos bolos do café por baixo de casa, que teimavam em tentá-lo e persegui-lo sempre que se deleitava com a primeira bica do dia. 

O nosso palato podia deitar-se no divã e contaria refeições, petiscos, ceias, dietas, snacks e assaltos ao frigorífico pela madrugada, num mar de apetites que vão e vêm traduzindo tanto do que somos, de como crescemos e do que indagamos a cada garfada diária numa vida cheia de refeições que são nossas e que são dos outros, onde o verdadeiro segredo está naquilo que escolhemos para saborear.

O meu palato no divã jamais seria verborreico e teria sessões três vezes por semana, repletas de travos e texturas deste e de outros mundos, traria consigo cheiros, toques e visões que me tornariam tão único como normal. E o seu? O que é que o seu palato diria de si no divã?

Deixe-se envolver connosco numa terapia que vai apurar a capacidade de insight do seu sentido mais audaz que tem boca mas não fala, que tem dentes mas não morde. Embarque e termine a viagem de barriga cheia e mais conhecedor de si mesmo.

Aceita o desafio?

Drª Joana Cloetens
O Canto da Psicologia

quarta-feira, 15 de maio de 2013





Dia 08 de Maio

“Afinal é mesmo direito e não esquerdo como me confundi! E afinal não pensei nada conforme me comprometi! Não consegui. Isto de se pensar é mais complicado do que parece. Uma coisa é pensar a organização lá de casa, os miúdos, as refeições, as obrigações, os compromissos. Outra coisa é pensar as “grades” que supostamente me prendem! Primeiro, descubro que as tenho, nem eu sabia. E agora tenho que pensar nelas, difícil, difícil…bom, vamos lá! Tivemos este intervalo de duas semanas  por causa do feriado do 1º de Maio. Parece que é importante que estas sessões sejam sempre ao mesmo dia da semana e à mesma hora. Vá-se lá saber porquê!!!

Engraçado como as escadas me parecem menos difíceis de serem subidas. E afinal são menos do que me pareceram anteriormente. Sobre o que falaremos hoje? Bom, já sei que sou eu que dou o mote e que afinal ela até fala! Menos mal que eu odeio os silêncios. Eles são tudo menos silenciosos. Ficam uns ruídos internos ( isto não é meu, foi  ela que disse da última vez que aqui estive…) que são incómodos. Estas linguagens psi’s , “ruídos internos”!!! Mas isso existe? Ruídos são aqueles que oiço lá por casa todos os dias quando o João discute com o pai ou a Matilde reclama da falta de atenção! Ou então, aquela minha colega irritante que me desorganizou de tal ordem que me vi obrigada a vir até aqui tentar perceber porque de repente virei “homicida mental” de colegas ruidosas e fúteis que não fazem outra coisa se não falar do que realmente não interessa. E é isto, Advogada! 

- Bom dia Madalena!

E afinal quem construiu essas grades á minha volta, parece que fui eu! Euzinha! Como??? E porquê? Quer dizer, vendo bem, eu vejo-me mesmo a assassinar com as minhas próprias mãos a tal de Maria. Olha, até já disse o nome dela! Para mim, sempre foi a “ruidosa”. Mas daí a prender-me!?!?!? Isto não vai funcionar! Não tenho pachorra para este tipo de linguagem que está para lá do que realmente se diz. Sim, porque, quando eu digo “não gosto” é mesmo “ não gosto” e não me interessa porque eu digo, “não gosto”! Para além disso como dizia o tal de Freud, sim , porque , já pesquisei  algumas coisas sobre esta tal de Psicoterapia dinâmica, “ às vezes, uma batata é tão somente uma batata”…Complicado??? Muito!!! Nem eu entendo o que estou para aqui a pensar. Para a semana há mais."






sexta-feira, 10 de maio de 2013




EU FAÇO PSICOTERAPIA E GOSTO!
(ou, a Arte da Cerâmica...)

Dizem os entendidos, que a arte da cerâmica é ao mesmo tempo a mais simples e a mais difícil de todas as artes: a mais simples por ser a mais elementar, e a mais difícil por ser a mais abstracta! No entanto, sendo uma das artes mais primitivas muito, muito antes da escrita, os traços expressivos deixados em peças da altura, dão-nos conta de uma forma possível de comunicação: através deles, nós conseguimos percepcionar a realidade do momento. A milenar arte cerâmica, que atravessou séculos e séculos da história da civilização e resistiu a muitos costumes é hoje, uma expressiva forma de arte plástica!

A esta altura, quem estiver a ler este texto, questionar-se-à sobre a pertinência deste tema a partir dum título que é, só por si, uma constatação absoluta de alguém que assume um verbo de uma forma firme e clara! Já lá iremos!

Tal como o ceramista trabalha a sua peça com a arte, leveza e intensidade exigida pela criatividade, também nós trabalhamos a comunicação através desta arte que é a escrita e tentamos levar até si a magia das palavras feita obra, através da junção dos seus signos nos nossos textos ,em papel virtual, bem longe dos seus primórdios em superfícies como argila, pedra ou madeira. E como para nós, importa a pertinência da informação e comunicação, amassando os pensamentos de todos de maneira a que, as partículas destes se organizassem e as bolhas de ar desaparecessem para que a plasticidade do “barro” atingisse o ponto desejado, a equipa d’ O Canto da Psicologia deu início à construção da peça: a criação de um BLOG !

No processo de criação e antes de qualquer técnica possível a ser usada, idealizámos uma imagem, sonhámos cores, fantasiámos impacto , tendo sempre em conta o colorido e a diversidade dos EU’S que nos seguem e que comunicam através das pinceladas e da sua própria arte de escrita, pelas mensagens que chegam até nós, pelas partilhas das quintas-feiras e até, pelos comentários às nossas postagens. E, neste tempo de criação, acima de tudo respeitámo-lo a si, desse lado, para que nestas etapas subsequentes de contínua criatividade nos temas que iremos colocar no BLOG, não se corra o risco de rachas e bolhas, na construção diária da nossa relação através destes meios virtuais, mas que, só por si, sejam suficientes para a manterem sólida e firme!
E aí está a nossa “peça de arte” que após secagem, foi cozida:
eufacopsicoterapiaegosto.blogspot.pt

E porquê esta frase enquanto identidade do BLOG? Por que para nós, enquanto frase trazida por um paciente, é uma verdadeira peça de arte que resume esta qualidade única do ser humano, ser pensante, que a partir da percepção , emoções e ideias, estimula as instâncias mais recônditas de si próprio e dá um significado único há sua existência!

SIM, PORQUE, EU FAÇO PSICOTERAPIA E GOSTO!
E nós também!

A equipa do Canto deseja-lhe um óptimo dia!

O Canto da Psicologia
Directora Técnica
Ana de Ornelas

quarta-feira, 8 de maio de 2013


DIÁRIO DE UMA TERAPIA

Madalena, tocou à campainha…


Dia 24 de Abril

“ Será que não me enganei? Acho que sim, é direito. Ou será que é esquerdo? Mas porque não abrem a porta? Ah…abriram…

Ao subir os degraus ainda me pergunto o que faço aqui. Já devia ter juízo e saber controlar todas estas minhas coisas que nem eu sei o que são. E o que é que eu vou dizer? Sei lá… As escadas são altas. Puxa, já estou cansada! Não vou ter fôlego para falar. Será que ela é como aquelas que dizem que passam a sessão caladas? Bom, gostei da voz ao telefone mas, se for assim, eu levanto-me e vou-me embora. Era o que faltava, não tenho tempo para perder tempo!

Mas estas escadas nunca mais terminam? Abriram a porta, é melhor acelerar o passo para não estarem à espera! Ai, que as minhas pernas parecem estar perras! Ou será que sou eu que estou? Mas o que é que eu estou aqui a fazer! Nem consigo olhar para cima para ver se está alguém à porta! E como faço? Cumprimento como? Dou a mão ou o rosto? Mas porque é que me questiono com estas palermices? Nem pareço uma mulher de quase 40 anos mãe de dois filhos! Mas porque é que eu vim cá?

- Bom dia Madalena!

Afinal, não correu mal. Já tenho sessão marcada para a semana. Curioso, o dia em que venho à primeira sessão, vésperas de se comemorar a liberdade! Será que vou poder comemorar a minha? Afinal, parece que eu tenho uma série de grades a prender-me. Curioso! Bom, vou pensar…”