quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Continuando a falar de Bullying...

 



 

Na realidade do Bullying focamos sempre nas vítimas. Mas, e os bullies? Que perfil de personalidade têm? Quais os fatores que podem provocar que se tornem agressivos para com os outros?

 Não nos podemos esquecer que por detrás de qualquer ação, existe uma razão. Lógica ou não, saudável ou não, existe sempre. Quem provoca situações de bullying, não deixa de ser criança ou adolescente (ou mesmo adulto) e se o faz é porque algo se passa. E é aí que há que compreender, avaliar e intervir.

Sabemos que uma criança ou adolescente que seja autor de bullying, espera sempre que seja feita a sua vontade, que gosta de sentir o poder, mas também que não se sente bem na interação com os pares, que pode estar a ser intimidada na escola ou na família, que pode estar a ser frequentemente humilhado por adultos ou que vive sob pressão para que seja sempre bem sucedida.

 Vários estudos apontam para diferentes fatores que podem levar a que uma criança ou adolescente se torne um bullie:

-  um dos fatores apontados é a auto-estima. O ressentimento, o ciúme, a vergonha podem ser escondidos com a agressividade. O facto de as crianças ou adolescentes serem frequentemente ofendidos ou criticados pode levá-los a usar a agressividade como ferramenta para se defenderem. Ao humilhar os outros, sentem-se com poder. Intimidam porque eles próprios se sentem intimidados;

- outros fatores de risco são a depressão ou as perturbações da personalidade. A conjugação de traços anti-sociais da personalidade e depressão pode provocar atitudes hostis, de raiva, o uso da força para com os outros;

- uma predisposição genética ou uma anomalia cerebral também podem causar os comportamentos de bullying. Existem crianças que não desenvolvem as capacidades neuronais para a regulação e controlo emocional;

- os grupos de pares também têm forte influência nestes comportamentos. Se parte dos elementos do grupo se envolverem em situações de humilhar e insultar os outros, todos terão tendência a fazer o mesmo, para se sentirem incluídos, para satisfazerem a necessidade de pertença e aceitação;

- o ambiente familiar é um dos aspetos mais fundamentais. Em situações de desequilíbrio emocional da família, da falta de afeto, de respeito, de comunicação pode levar uma criança ao isolamento, à falta de empatia para com os outros, à procura de aceitação e aprovação junto dos pares, praticando estas atitudes de poder.

 

O papel da Psicoterapia é fundamental nestas situações, tanto junto das vítimas, como dos bullies. Os autores das situações de bullying apresentam um desequilíbrio emocional que pode ser tratado com a ajuda da terapia. Estas crianças e adolescentes não deixam de estar em sofrimento e sem controlo das suas ações porque estas alimentam a fraca auto-estima que têm.


 Não deixe de procurar a ajuda da Psicologia caso situações de bullying existam na vida dos seus filhos seja este o bullie ou, a sua vítima. 

 

Dra. Irina Morgado

O Canto da Psicologia



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