Da terapia
Presente e pensante. Atenta.
O que as palavras dizem.
O que as palavras escondem.
O que as palavras revelam num instante.
Um instante que se ilumina por entre um
Emaranhado de uma correria de palavras.
O que as palavras escondem e o corpo denuncia.
O que as palavras fazem sentir.
O ressoar... O seu eco...
O encontro. Chegar perto. Ficar à distância...
Uma dança. Uma balada... Um rock desenfreado!
Inúmeras tonalidades, tomadas num mesmo sentido.
Filipa Rosário
Estar em
relação não será em si mesmo algo poético? Estar numa relação psicoterapêutica
não o será também?
O
psicoterapeuta quando inicia um processo com qualquer pessoa que receba na sua
sala dispõe-se a dar o que tem de si, o que tem em termos técnicos, das
aprendizagens que fez ao longo da sua formação, o que tem em termos teóricos,
do conhecimento que adquiriu e, desejavelmente, continua a adquirir, e o que
tem de si, da sua pessoa, do que é. E não se chegaria a bom porto sem uma
conjugação satisfatória destas três vertentes. Dispõe-se igualmente a receber o
que o outro traz, que em vários momentos suscita algo no próprio e que impele à
compreensão e processamento destes fenómenos. Trata-se de um trabalho ao mesmo
tempo subtil e intenso, onde se faz uso do inteleto mas também do afeto, onde
se está em relação.
E experienciam-se inúmeros
movimentos no contexto desta relação. É como uma dança, na qual é preciso ir
acertando os passos, que se move ao som e ritmo de diferentes humores,
vivências, emoções, funcionamentos... Com um sentido muito claro, o de criar
condições para que a pessoa encontre o que é a sua verdade e alcance o
bem-estar.
Drª Filipa Rosário
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