E pronto, mais um ano que termina
e outro que se inicia! Bem vindo 2020!
Num espaço melódico de nostalgia
perante um ciclo que acaba e outro que começa parece que, para todos, há uma obrigação imprescindível de fazer o balanço de mais um ano que termina: 2019, neste caso....
Tenho sempre alguma dificuldade em
despedir-me do ano que acaba e abrir os braços ao ano que vem; dizem os entendidos que
é a certeza e a segurança do que já foi, impedindo o caminho da incerteza e a
insegurança do que por aí vem. Talvez o seja. Talvez seja esse o meu caso. Porque,
mesmo que o ano que termina possa não ter sido necessariamente bom, agarro-me às memórias e, nostálgica, lacrimejo pelo que de bom fiz, pelo que de
menos bom fiz acontecer e até pelo que de mau aconteceu. Já passou e sobrevivi!
Afinal, a importância de tudo enquanto decorreu, dissipou-se através do tempo que
se foi fazendo tempo de vida …. agora, o que virá, pois, não sei, não sabemos,
quem saberá? O tempo o dirá…
E é aí que os rituais tomam conta
de uma noite, de um momento…
Se todos cumprirmos com os
rituais afectos a esta última noite do ano, o ano novo vai correr bem ou, não estivéssemos por aqui e assim, a controlar (ilusoriamente, naturalmente!!) o futuro feito 2020. Contentores e
libertadores de um medo feito escuro que entardece um modo feliz de se estar na
vida estes, rituais : vestem-se de cores com significados vários seja para a
saúde (azul), amor (vermelho), dinheiro (amarelo), felicidade (branco) e afins;
de uma nota, de preferência a mais alta junta à pele, por dentro de uma
meia, ou cueca ou soutien para que o dinheiro nunca falte nos próximos 365 dias;
deitam-se fora, no último dia do ano, coisas estragadas, velhas e partidas porque importa entrar-se no novo ano com o ano velho, simbolicamente, deitado ao lixo , invisível , afogado num espaço inexistente, sem vida para que o novo apareça livre de ameaças pendentes , esquecidas ou apagadas do anterior. Como se fosse possível, apagar um
ano das nossas vidas ou, apagar o mal de todo esse ano como se este, o mal, não tornasse o que aconteceu de bom, verdadeiramente bom...
Mas, enfim, a partir das 12 badaladas que antecedem a entrada do ano
novo, fica a esperança e o desejo que o próximo ano vá finalmente fazer a diferença. Entre
passas e copos de champanhe, todos acreditamos que sim.
Seja! Pela estabilidade da linha que nos agarra à vida, que assim
seja...
É mais um ano que vamos tentar ganhar ao tempo que passa,
convencidos de que o tempo passa para o resto do mundo e não para nós e que, finalmente, vamos aproveitar o tempo
que o tempo nos dá até ao próximo final de tempo de mais um ano.
E afinal de contas:
Não importa ao
tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem.
Machado
de Assis
A Equipa d’ O Canto da Psicologia
deseja-lhe um tempo, para o ano de 2020, verdadeiramente feliz e em paz com a
sua saúde mental…
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