terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Até sempre 2019...







E pronto, mais um ano que termina e outro que se inicia! Bem vindo 2020!

Num espaço melódico de nostalgia perante um ciclo que acaba e outro que começa parece que, para  todos, há uma obrigação imprescindível  de  fazer  o balanço de mais um ano que termina: 2019, neste caso....

Tenho sempre alguma dificuldade em despedir-me do ano que acaba e abrir os braços ao ano que vem; dizem os entendidos que é a certeza e a segurança do que já foi,  impedindo o caminho da incerteza e a insegurança do que por aí vem. Talvez o seja. Talvez seja esse o meu caso. Porque, mesmo que o ano que termina possa não ter sido necessariamente bom, agarro-me às memórias e, nostálgica, lacrimejo pelo que de bom fiz, pelo que de menos bom fiz acontecer e até pelo que de mau aconteceu. Já passou e sobrevivi! Afinal, a importância de tudo enquanto decorreu, dissipou-se através do tempo que se foi fazendo tempo de vida …. agora, o que virá, pois, não sei, não sabemos, quem saberá? O tempo o dirá…

E é aí que os rituais tomam conta de uma noite, de um momento…

Se todos cumprirmos com os rituais afectos a esta última noite do ano, o ano novo vai correr bem ou, não estivéssemos por aqui e assim, a controlar (ilusoriamente, naturalmente!!) o futuro feito 2020. Contentores e libertadores de um medo feito escuro que entardece um modo feliz de se estar na vida estes, rituais : vestem-se de cores com significados vários seja para a saúde (azul), amor (vermelho), dinheiro (amarelo), felicidade (branco) e afins; de uma nota, de preferência a mais alta junta à pele, por dentro de uma meia, ou cueca ou soutien para que o dinheiro nunca falte nos próximos 365 dias; deitam-se fora, no último dia do ano, coisas estragadas, velhas e partidas porque importa entrar-se no novo ano com o ano velho, simbolicamente, deitado ao lixo , invisível , afogado num espaço inexistente, sem vida  para que o novo apareça livre de ameaças pendentes , esquecidas ou apagadas do anterior. Como se fosse possível, apagar um ano das nossas vidas ou, apagar o mal de todo esse ano como se este, o mal, não tornasse o que aconteceu de  bom, verdadeiramente bom...

Mas, enfim, a partir das  12 badaladas que antecedem a entrada do ano novo, fica a esperança e o desejo que o próximo  ano  vá finalmente fazer a diferença. Entre passas e copos de champanhe, todos acreditamos que sim.

Seja! Pela estabilidade da linha que nos agarra à vida, que assim seja...

É mais um ano que vamos tentar ganhar ao tempo que passa, convencidos de que o tempo passa para o resto do mundo  e não para nós e que, finalmente, vamos aproveitar  o tempo que o tempo nos dá até ao próximo final de tempo de mais um ano.

E afinal de contas:

Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem.

                                                                                               Machado de Assis

A Equipa d’ O Canto da Psicologia deseja-lhe um tempo, para o ano de 2020, verdadeiramente feliz e em paz com a sua saúde mental…


Drª Ana de Ornelas
O Canto da Psicologia



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