quarta-feira, 7 de agosto de 2013




31 de Julho


Férias!! Férias!! Férias!!

Ando metade do ano a desejar férias e a outra metade a temê-las! Nem sei bem porquê! Um ciclo que termina, mais do que aquele final de ano onde quase  todos ritualizam fazendo o  “balanço” e “saldo”, para mim, é este final de ano, o laboral!

Encerro os processos, os que consigo, outros ficam pendentes até ao meu regresso e ainda outros, entrego-os a colegas para que os prossigam. E lá vou eu, de férias, sem conseguir deixar para trás tudo isto de uma forma temporária e levando comigo esta mesma responsabilidade que não me permite ficar literalmente, de férias!
E sinto que, mais do que nunca, este ano vacilo entre a satisfação de ir e a insatisfação de não ficar por cá na minha rotina diária. Que coisa tão anormal! Quem a esta altura me pudesse ler, com certeza diria que, efectivamente, faz todo o sentido eu andar neste processo terapêutico! Não pode ser normal este meu sentir!

Isto traz-me à memória as minhas férias! Lembro da família toda junta, dos amigos em que a amizade intervalava até ao próximo verão e quando acontecia o reencontro, tudo voltava a ser o mesmo e, que bem me sabia… há que longos tempos eu não tenho esta sensação de retorno pacífico, contentor e sobretudo afectuoso. Sentimos que ninguém nos esquece! Que continuam ali! E que não é a ausência de nós, enquanto corpo, que faz com que se desapareça da memória de alguém! Será? Às vezes duvido!
Vendo bem, até lá no trabalho, tudo continua, eu, de facto, não sou imprescindível! Onde vou buscar eu, esta necessidade de sentir que o sou? Lá volto eu aquela sessão onde falei das férias dos meus filhos e de quanto isso me importunava e lembrei do que eu própria sentia quando me separava da minha mãe: tinha medo que ela me esquecesse!


- Bom dia Madalena!


Férias! Pois então…

Não sei como serão as minhas! Assusta? Talvez! Como vou lidar com a Matilde e os desafios que ela me vai colocar, desafios estes, normais nesta fase de crescimento mas acentuados pelo facto de estarmos mais tempo juntas? E com o João e os seus 16 anos? Durante o ano de trabalho, eu vou estando ocupada e às vezes, reconheço, adiando e fugindo do inevitável! Nas férias, há confrontos, entre o ir ao café, sair à noite, vir tarde! Ou, ir dormir à casa da amiga, ficar a jogar até tarde na casa dos primos… E eu e o meu marido, o que fazemos? Podemos fazer muito, namorar, nestes espaços em que enquanto casal estamos sozinhos mas, será que ainda sei? E entre uma ida à praia e um jantar a dois, será que ainda sei estar enquanto mulher, amante?

Fiquei com as palavras: - Tenha umas óptimas férias, Madalena! Estarei por aqui à sua espera com “processos pendentes”, outros novos para serem pensados e quem sabe, alguns para serem encerrados. Não há qualquer risco de ser “esquecida”.


E entrei de férias… Lá para Setembro regresso, convicta de que tenho alguém à minha espera e que tudo voltará a ser o mesmo!


1 comentário:

  1. Já vai fazendo parte da minha rotina de prazeres comparecer à terapia da Madalena...e hoje, achei até engraçado, senti, antecipadamente, falta deste momento, já que Madalena entrará de férias. Refleti sobre a minha terapia, como sempre acabo por fazer, e percebi há quanto tempo não tiro férias da minha terapia...e, o que eu acho mais curioso é não ter vontade de sair de férias, será isso normal? Bem, voltando à Madalena, esperarei ansiosa o retorno dela à terapia! Boas férias a ela. Um abraço a toda a equipe.

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