sexta-feira, 22 de novembro de 2013




Dia 20 de Novembro


Hoje não escondo o “nervoso miudinho” em que me sinto, ansiosa pela hora da chegada da minha sessão. Quero retomar o assunto da semana passada, parece-me que ficou tanto para dizer! Depois de ter saído, e ao longo destes dias, tenho-me lembrado de alguns episódios, que surgem no meu pensamento sem que me aperceba, mas que imediatamente me remetem para a mesma sensação com que ficava, sempre que sentia a reprovação do meu pai.

Recordo-me, por exemplo, de como ficava paralisada perante a ameaça do que ele poderia dizer ou fazer perante uma má nota e como isso me deixava bloqueada, trémula, nervosa e, sobretudo, assustada. Ouvi regularmente os professores dizerem-me “calma, Madalena, teve boa nota, não precisa de estar tão nervosa!”. Mas essa preocupação era constante. Era como um sobressalto, como se a qualquer momento pudesse surgir alguma falha, alguma situação em que eu não controlasse o limite da perfeição, e assim caindo por terra esta minha vontade de conquistar a atenção do meu pai!

Coloquei-me sempre nesse lugar da filha perfeita, agora que olho para trás. Mesmo em relação à minha irmã, o quanto contrasto com a sua espontaneidade, rebeldia, até um certo desaforo, que me irrita e agrada ao mesmo tempo. Agrada-me, sobretudo, a irreverência com que faz frente “a este mundo e o outro”, mesmo ao meu pai! Que por incrível que pareça, e por mais que a repreenda, é também aquela que parece acarinhar mais.


 - Bom dia, Madalena!


E levei, assim, em associação livre, como me dizia a terapeuta, tudo o que tinha em mente e tudo o que foi surgindo entretanto. Sem medo, mas com algumas hesitações e justificações pelo meio, que invariavelmente acompanham o meu discurso, às quais a terapeuta me devolvia “aqui, não precisa de justificar os outros, aqui pode trazer apenas a Madalena e a sua forma de sentir”. E percebo, que é como se houvesse sempre um “se” na minha vida. Cada tomada de decisão, cada vontade, cada desejo, cada contrariedade, traz um “se”, que é, geralmente, o “se” do que os outros vão pensar se me desarrumar. 

Mas hoje, ao trazer tudo isto para fora, fiquei agradavelmente desarrumada, um desarrumo que não é ameaçador, mas que me faz sentir mais livre, mais fluída. Talvez por isto que vou constatando do quanto este espaço começa a ser seguro para mim, ao mesmo tempo que me gratifica ter alguém que olha para o que eu sinto. E reparo, quando saio e me dirijo ao carro, como até o meu cabelo se desalinhou… E viva, poder desarrumar-me de quando em vez!




sexta-feira, 15 de novembro de 2013




Porque O Canto da Psicologia está atento às necessidades dos pais e porque traduzir a nossa linguagem enquanto adultos, para a linguagem das crianças não é tarefa fácil, fica aqui o convite para, se assim o entender, fazer-nos companhia e juntar-se aos vários pais que tem vindo connosco, desde já algum tempo, nesta descoberta de estratégias na relação com os filhos...

Quem sabe, no dia 23/11 não falamos para si...

O Canto da Psicologia
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Dia 12 de Novembro


Hoje, apeteceu-me ir à terapia… já há algum tempo que  não sentia esta vontade de me sentar e decidir se quero falar ou calar!

Se por um lado me incomodam os inícios das sessões, como se andasse por ali à deriva à procura de assunto para começar, por outro lado, hoje, não me ralo nada com isso. Não sei se é para continuar mas, só por hoje, é isto que eu consigo dar a mim própria. Vou entrar, sentar-me e deixar que as coisas fluam.

Parece que estou sempre preocupada com o que devo fazer. Agora, tenho que cumprimentar; agora, sentar-me e colocar as mãos assim; agora, perguntar se está boa ( como mandam as etiquetas da educação), agora, sei lá… a tal imagem da “menina linda” que foge dos silêncios e ocupa o espaço com barulhos internos silenciosos.
E como sempre, a psicóloga não diz nada, aguarda que eu o faça.

E a mim pouco me apetece dizer. Mas não assusta. Hoje, apetece-me lá ir. E penso. Relembro uma palmada muito antiga, perdida no tempo, levada sem perceber de que lado veio mas que rebentou, tal dique a transbordar, pelos meus olhos  tristes e assustados pelo gesto! Parece que não tinha seguido as regras que o meu pai nos impunha em qualquer contexto social. Lembro que olhei para o meu irmão e para os meus primos que espelhavam no olhar a pena que sentiram de mim. Sim pena! Detesto a palavra! E revi, nos olhos deles, a minha própria pena!

Lembro-me que voei para o meu quarto para esconder tudo o que estava a sentir: vergonha, medo e sobretudo aquela  sensação  que não se percebe mas sente-se ,de ter feito algo errado, mais uma vez, aos olhos do meu pai! Lembro-me que achei que de facto ele não me amava. E apeteceu-me correr para o colo da minha mãe. Mas sabia que não podia. Ela não ia contrariar o gesto do meu pai mesmo que no seu olhar eu visse rasgos de vontade de o fazer. Será que vi ou desejei muito ver?

- Bom dia, Madalena!


E falei, após um largo silencio, sobre esta palmada que sinto que ainda hoje me dão, sem eu perceber de onde ela vem e que continuo a ver nos meus olhos, pena! E quando a terapeuta me perguntou porque não reagia a essa palmada que ainda sente que lhe dão, eu respondi-lhe, porque parece que continuo com medo de descobrir que, se o fizer , fico sozinha mais uma vez, sem nenhum colo para recorrer. E ela devolveu-me que agora, há este espaço para recorrer sem medo de um olhar reprovador e, de pena…

Eu sei que sim…cada vez mais sinto isso mas ,às vezes, é como se eu não soubesse fazer de outra maneira a não ser, continuar a interpretar este papel de “linda menina” que não pode trazer coisas feias para a terapia. E afinal, parece que posso…

Para a semana, falo-lhe sobre o tufão que houve lá por casa…



sexta-feira, 1 de novembro de 2013



Dia 30 de Outubro

Ainda que dividida, senti que devia rabiscar por aqui qualquer coisa hoje. Afinal, é dia de sessão e não deixa de ser uma forma de me antecipar… Talvez à própria dor, à dor que me invade quando toco nas coisas que me magoam, que não entendo, que me confundem e que, sobretudo, me provocam uma reviravolta interior ao simples toque da palavra da psicóloga. (De repente, quero fugir a isso tudo. Mas há qualquer coisa que me empurra para esta folha.)

As últimas sessões têm sido difíceis. As confrontações (ou interpretações, como insiste em chamar-lhes…), as incertezas, a angústia imensa que juntar todas estas coisas me desperta, faz-me querer desistir. Desistir de escrever aqui, de ir lá semana após semana ou mesmo do próprio processo, porque é demasiado pesado sentir-me uma constelação de asteriscos e pontos de interrogação, aos quais não me sinto capaz de dar forma! Eu, que sempre tive tudo tão arrumado! Ou, pelo menos, achava! Mas não vale mais às vezes vivermos até numa certa ignorância? É que isto é tão duro e dói-me tanto… Porque, de repente, põe-me de frente com sentimentos, emoções, que desconhecia.

Eu, a Madalena híper-controlada, boa menina, exímia profissional, que não desaponta, que faz o que os outros desejam… Eu, a Madalena fada-do-lar, que organiza a semana dos miúdos e do marido, que, no limite, até a mala lhe faz quando ele se vai embora!! Eu, esta Madalena que às vezes me cansa e que me irrita, mas que não sabe ser, nem viver de outra forma!! E voltam-me as palavras da terapeuta sobre a minha possível desresponsabilização, sobre a forma como me escudo nos outros, para me proteger… Mas de quê? Não sei responder.

Será que me vitimizo? Talvez. Mas, o meu marido não deixa de ser aquele que progride, que evolui na sua fabulosa carreira e eu sou a que tem ficado para trás, porque não sou apenas uma carreira, sou uma mãe e a casa inteira onde a nossa família habita. E gerir tudo não é fácil… Porque para ele progredir, há quem tenha que ficar com os miúdos! Isto, afinal, não é suposto mexer comigo? Fazer-me até sentir revoltada com este marido que eu olho agora como um egoísta? Sim, um egoísta! Quando é que ele parou para pensar em mim e no extremo cansaço que sinto? Despede-se com um beijo e olha de soslaio a mala, elogiando a minha extrema organização num gesto de “quem era eu sem ti”, mas que vem mascarado, pelo menos na forma como me faz sentir, naquele festinha do pai que diz “linda menina” depois de um bom resultado escolar.

E é isto que sinto, “um linda menina” que se tem eternizado pelos meus 40 anos, escondido nos elogios que recebo, mas que no fundo está sempre lá, a menina-bonita que não desaponta os outros… Mas que se esquece de si!

- Bom dia, Madalena!

E venho, talvez um pouco mais leve, porque hoje, pelo menos, dei nome a alguns destes asteriscos. De uma forma sentida, magoada, entre lágrimas e lenços, mas foi possível revisitar esse lugar de menina-bonita que se anula… De há tantos anos para cá! E este marido, que como o meu pai, parece cultivar este meu lado… Mas, como me dizia a terapeuta, “Esta Madalena que parece procurar relações nas quais se possa sentir a menina-bonita, talvez pelo medo de descobrir um lado mais feio com o qual não se quer confrontrar…”.

Bem, mas não é isso que tem acontecido? Pelo menos, nesta nova forma de relação.



quarta-feira, 30 de outubro de 2013




Às Barbáries deste país que também é fado…

Hoje, no Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, parámos todos um pouco e resolvemos pensar este outro “cancro” que também ele, anualmente, mata: a violência doméstica! 

Segundo um artigo do expresso de 25 de Agosto deste ano, foram registadas no ano de 2012, 26.084 queixas de violência doméstica e contabilizadas 37 mortes. Demasiadas, dizemos nós. Demasiadas, dizemos todos. E não estão contabilizadas neste número, as mortes das vítimas que não falecem no dia e local da agressão, assim como as mortes que se sucedem relacionadas com este tipo de violência. Assustador! Este ano, ainda de acordo com o mesmo artigo, até Junho, já se tinham registado 20 assassínios e 21 tentativas de homicídio! Aterrador!

Um paradoxo muito comum entra-nos todos os dias pelos gabinetes a dentro: a mesma mulher que estoicamente enfrenta um cancro da mama e uma mastectomia que a amputa naquilo que ela tem de mais feminino e consegue sobreviver, reduz-se a uma “passividade” aparentemente incompreensível, perante palavras que mutilam, um soco que a marca, um murro que a desfaz seguindo-se pontapés que a atingem num EU desesperado por afecto, carente de amor, que não lhe permite acreditar que é alguém que vale a pena ser amada e respeitada .

A mulher com cancro da mama, enfrenta quimioterapia, radioterapia e a imagem de ausência de um seio que a seu tempo alimentou um filho com uma força e garra que desconhecia até aí! Uma mulher vítima de violência doméstica, não tem quimioterapia, radioterapia, que a consiga curar desta falta de suporte interno que lhe dê garra para ripostar! Uma mulher com cancro da mama, os números cada vez mais o clamam, consegue curar-se! Uma mulher vítima de violência doméstica, morre de qualquer forma, entregando-se rendida ao seu fado …

Por hoje e por todos os dias que por aí virão, nestes “cancros” que se constroem a partir das nossas fragilidades, nós vamos estando por aqui suportando estas dores, estes adoeceres que lentamente falecem não por amor, mas, por falta de amor…

A todas as mulheres que passam por estes dois “cancros” o nosso abraço solidário e desejo de franca e rápida recuperação…

O Canto da Psicologia
Ana de Ornelas
Directora Técnica



terça-feira, 29 de outubro de 2013




Faça um favor a si: só por hoje, seja mentalmente saudável!

Somos, enquanto projecto e enquanto rosto de um projecto, técnicos de saúde mental que se confrontam diariamente com EU's doentes, desgastados pelo sofrimento, que se vão arrastando pela vida insistindo, resistindo, aparentemente, num modo de sobrevivência. E sofrem!!

Entendemos que , a pior doença, não é a doença do doente mas o EU do doente! E que, por mais crónica e grave que ela possa parecer, o EU do doente, tem potencial para se reeditar, reorganizar, reinventar e reescrever a sua história. E é nisto que acreditamos, todos os dias!

Por isso, enquanto equipa d’ O Canto da Psicologia não podemos deixar de lhe chamar a atenção para a data de hoje, 10 de Outubro de 2013,  onde se celebra o Dia Mundial da Saúde Mental. Com o objectivo de centrar a atenção pública na Saúde Mental Global, como uma causa comum a todos os povos, a data foi criada pela Federação Mundial para a Saúde Mental.

Tenha um excelente dia e tente fazer de cada dia, só por esse dia, aquilo que lhe parece, todos os dias, impossível de ser feito!!

É o que lhe deseja a Equipa d’ O Canto da Psicologia!
" Diário de um Batom"

O Canto da Psicologia, surpreendido pela partilha da bloguista Sofia Novais de Paula, gostaria muito de agradecer a sua referência ao nosso projecto – www.canto-psicologia.com -enquanto alternativa privada para acompanhamento terapêutico neste contexto actual de crise, no texto colocado no seu blogue: “Psicoterapia”.

Agraciados por este presente a Equipa d’ O Canto, seguidora também do seu blogue, não ficou indiferente e gostaria muito de chamar a atenção para algo que nos pareceu verdadeiramente importante: nesta sua caminhada de há 4 anos para cá, no mundo da moda, com quase 32.000 seguidores, convites para programas de TV e afins, Sofia Novais de Paula dá a cara neste texto e fala sobre o seu próprio processo terapêutico e a forma como este se tem vindo a desenrolar ao longo do tempo ajudando-a a perceber-se e a aceitar-se cada vez melhor, e como refere:

“… ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, quando digo que faço psicoterapia …. estou longe de estar ou ser maluca, alias, quanto “mais me conheço e quanto mais conheço os outros, mais me acho normal” (esta roubei de uma tia minha que era completamente louca, mas que comigo até se pode aplicar)…”

Principalmente por isso, obrigada, Sofia Novais de Paula! Que seja a sua partilha o rastilho para que muitos seguidores seus e nossos, dêem o primeiro passo na procura de suporte e contenção!

Nós estaremos sempre por aqui…

O Canto da Psicologia
Ana de Ornelas
Directora Técnica



http://diariodeumbatom.com/auto-estima/psicoterapia



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Diário de uma Terapia






É irrelevante uma data!

Há um bom tempo que não me coloco em escrita! Não me apetece escrever sobre as minhas sessões!!

 Provavelmente porque não gosto do que tenho aqui, na ponta dos meus dedos para escrever!

Tenho  ido à terapia!  Não tenho faltado! Mas reconheço que não me apetece e esforço-me por lá ir. Logo, não me tem apetecido escrever. A psicóloga devolve-me que mais difícil do que ir à terapia seja, talvez, a dificuldade de me olhar e ver algo que não estou a gostar o que, como reconheço, seguramente me desorganiza. Será? Mas desorganizada não é como ando há séculos???

E insisto em colocar o meu marido como grande responsável disso! E mais uma vez, a psicóloga devolve-me:
-  “ Será uma forma da Madalena se desresponsabilizar da sua própria responsabilidade? “

 E não sei o que lhe responda a não ser:
-  Mas está aqui para me ajudar ou está aqui para defender o meu marido?

- “ E ela responde-me: “ O que acha?”

Eu não acho nada!!! Claramente estou cega! Cega pela zanga, pela raiva e por tudo o que esta mudança me tem feito sentir!

Ando por aqui a pensar, a pensar …e quando confrontada com as minhas próprias frustrações, escudo-me no outro e no que ele não me dá, ou, tem para me dar e eu não quero receber! Vim para aqui porque não aguentava a minha colega Maria ! E ela, por lá anda, alheada a estas minhas guerras internas, entregue à sua carreira, disponível sempre que necessário, pronta para agarrar qualquer causa, por mais que pareça perdida, com tempo para tudo, sim, tempo para tudo. Afinal de contas é descomprometida, não tem filhos, nem qualquer tipo de relação que a limita!

- “ Mas a Madalena sente que a sua relação a limita ?”

- Não!! Disparate! porque havia de sentir? Estou-lhe a falar da Maria!

-  “ E eu a tentar falar da Madalena”!

E calo-me! Fico em silêncio! E sem dar por isso, passam uns longos minutos!

- Madalena, por hoje, chegámos ao fim do nosso tempo! “

Raios para isto tudo! E para o tempo!! Não sei se volto para a semana! Se calhar não tenho tempo! Tenho que ir tratar dos médicos para os meus filhos, das compras para a casa, das reuniões na escola, da mala do meu marido que agora, não pára em casa e todos as semana há uma viagem para fazer, de trabalho, claro!!!

 E não tenho tempo para mais! Não consigo desdobrar-me em várias Madalenas! Alguma está a ficar para trás e temo, que seja a que mais gosta de mim…


domingo, 13 de outubro de 2013

Terapia do Palato


Sangriammmmm 


De pé ligeiro e como quem não quer a coisa o palato vem envergonhado pela sugestão. O tom rosado dos lábios em sintonia com o rubor do rosto traduzem uma tarde animada, com boa companhia e claro um romance na boca de muitas palavras e páginas. Numa esplanada improvisada pela criatividade de uma amizade, que amadureceu nas melhores caves, entre copos cada um da sua nação bebeu-se um néctar de deuses italianos.  



1 garrafa de Lambrusco
1 lata de 7up
2 paus de canela
Hortelã q.b
1 colher de sopa de açúcar amarelo
200gr de frutos silvestres
rodelas de limão
1 cálice de Safari
1 cálice de licor beirão
1 cálice de triplo seco
1 cálice de whisky
gelo q.b


Chegue o copo e... mmmmmmmmmm


                                                                                                                  Boa sessão


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Terapia do Palato

Para começar bem esta semana a Terapia do Palato aconselha todos os nossos fãs a darem uma boa dentada no "Pão Nosso"...


Uma cafetaria que prima pela diferença, onde quase acreditamos ter andado para trás no tempo e na qual é difícil apenas ir uma vez. 
Neste espaço um simples café nunca será um café qualquer! 
Os pães de diferentes tipos e gostos perdem-se nas prateleiras, os bolos fazem crescer água na boca e as saladas piscam-nos o olhos. 
Para quem entra é difícil não sentar e deixar-se envolver, com uma mini-biblioteca peculiar é irresistível não lançar a mão a um livro e quando damos por nós passou uma hora em que nos banqueteamos nas mesas de madeira. 

Com sorte e vontade de queimar calorias pegamos numa bicicleta e arrancamos pela cidade!!

Aventure o seu palato...

https://www.facebook.com/opaonosso.pt?fref=ts

Boa sessão

quinta-feira, 3 de outubro de 2013





A hiperatividade e o Déficit de Atenção 
- Medicação vs. Psicoterapia?

Começa hoje no Porto e o Canto da Psicologia congratula-se com isso pela importância e pertinência de todos os temas ligados à infância, o 14º Congresso Nacional de Pediatria onde o principal objectivo passa por proporcionar o encontro de académicos, cientistas, profissionais de saúde (psicólogos incluídos ) organizações não-governamentais, de instituições públicas, de empresas, da comunicação social enfim, como referem no site “ … e de todos os que se dedicam e empenham em transformar e manter um mundo melhor para as crianças”.
Concordamos inteiramente e aplaudimos de pé.

No entanto, e lendo o programa, pelo menos de acordo com os temas que estão previstos para as comunicações orais e outras, lamentamos que a temática hiperatividade e Déficit de Atenção não esteja incluída no rol dos temas propostos a serem pensados entre as várias especialidades e profissionais presentes, tendo em conta o aumento diário do número de crianças medicadas para fazerem frente a esta "patologia".
E a Equipa do Canto da Psicologia sabe disso. Todos os dias, em qualquer um dos nossos espaços de atendimento, Lisboa, Alcochete e Setúbal, chegam-nos casos, altamente medicados, há anos medicados com as tais de “vitaminas mágicas”. E cada vez mais vamos sendo confrontados com resultados de Avaliações Psicológicas e respectivos acompanhamentos terapêuticos que nos levam a questionar sobre a pertinência e relevância do uso de medicação naqueles casos específicos.

"A hiperatividade e o Déficit de Atenção
- Medicação vs. Psicoterapia?"

Resta-nos, enquanto profissionais de saúde mental continuar de forma sistemática a apelar e sensibilizar, pelo menos aqui pelo Canto da Psicologia, reflexões sobre este tema.

Deixamos-lhe um texto, escrito pela Drª Joana Alves Ferreira, sobre esta problemática.
Convidamo-lo(a) a ler, reflectir e a dar-nos a sua opinião.
Ana de Ornelas
Directora Técnica


“Miúdos de Joelhos no Chão e de Cabeça no Ar”

A hiperatividade e o Déficit de Atenção - Medicação vs. Psicoterapia?

Vamos apresentar-vos a história da Carolina-cabeça-de-vento. A Carolina é uma menina de olhos espevitados, corpo irrequieto e sardas na ponta do nariz, onde habitualmente leva a curiosidade pelos assuntos do meio ambiente e das mais diversas espécies do seu habitat. Esta Carolina tem uma saia rodada, que rodopia com verdadeira destreza na tarefa de ouvir o que não é necessário. É daí, presumimos, que vem o apelido com que o pai carinhosamente chama “Ó Carolina cabeça-de-vento! Vamos lá concentrar-nos e fazer os trabalhos de casa!”.

Este é o momento do dia em que a Carolina estremece. E tenta, usando da sua mestria, para convencer os pais de que há outras coisas mais valiosas para fazer. Depois da escola, o lanche é ingerido vagarosamente e, entre cada trinca que é dada no pão, há um role de perguntas à mãe, um beliscão ao irmão, umas migalhas para agrupar em jeito de desenho ou de letra, porque de tudo se vale a Carolina para adiar o temido momento dos trabalhos de casa!
O que ainda não sabe, mas talvez suspeite, é que a Carolina, enquanto faz as suas investigações durante as aulas, vai deixando para trás os exercícios que os colegas, teimosos, insistem em fazer. E quando a professora a chama a atenção, quando os pais lhe perguntam se prefere vir sobrecarregada ou mesmo quando se aborrecem com ela, o que a Carolina é capaz de responder é que nada sabe sobre o porquê de fazer as coisas desta maneira!

A Carolina-cabeça-de-vento é uma fiel representante de tantos miúdos e graúdos para os quais o processo de adaptação à escola trouxe um conjunto acrescido de dificuldades, muitas vezes, com prejuízo no rendimento escolar, na adaptação ao grupo de pares e na capacidade de entenderem que aprender é, de facto, a melhor coisa do mundo. Para estas crianças, pelo contrário, aprender é uma espécie de bicho-papão da noite, transformado nas letras e nos números que a professora escreve no quadro durante o dia: é que há medida que essas letras e números ganham forma, há uma certeza no seu íntimo de que são grandes demais para caberem lá dentro, onde há tantas outras coisas a acontecer! Há, por isso, um inegável sofrimento para estas crianças, que ora os adultos interpretam como uma birra ou teimosia, ora como um desafio permanente à sua tolerância, mas sempre, sempre vestidos de uma capa de real estranheza, a que os pais dão nome quando perguntam “mas será que o meu filho tem algum problema?”.

E quando a questão se ergue, leva-se os miúdos ao médico. Sim, porque os médicos conseguem resolver estas coisas da cabeça e da desatenção e, no limite, até prescrevem umas “vitaminas mágicas”, que torna mais suportável a ideia de que se está a fazer uma medicação. E, entretanto, também há o Manel, o António e a Beatriz, todos colegas de turma, que agora tomam vitaminas e que até melhoraram o comportamento na aula. Dão menos trabalho e, veja-se, tiram melhores notas!

Esta “nova-onda” com que se diagnostica e medica dá que pensar.

É que miúdos desatentos e irrequietos sempre houve, mas efectivamente não se chamavam hiperactivos. Eram apenas crianças traquinas, cuja inexistência de rótulos obrigava os pais a dar a volta aos bichos-carpinteiros que tinham nas almofadas da cadeira da cozinha, sem recorrerem a vitaminas mágicas. Naturalmente, que os diagnósticos, se existem, é pelo valor real com que se manifestam numa determinada população, mas, importa dizê-lo: apenas em algumas circunstâncias. É importante perceber-se porque é que, repentinamente, numa turma de alunos, metade ou quase metade estão medicados, porque é que tantas vezes se confunde a “cabeça-no-ar” das crianças com o diagnóstico de Déficit de Atenção ou porque é que se faz uso destes conceitos para retratar comportamentos que são uma outra coisa, que não Hiperactividade.

Mais importante do que tudo isso, parece-nos que será compreender o que é que vai dentro dessas crianças e que lugar é esse para onde fogem no momento de aprender. Dar-lhes um espaço onde possam deixar as irrequietudes da mente, que tão bem se espelham nos joelhos no chão, nas conversas com o vizinho da carteira ao lado, mas que serão sempre o espelho do que lhes vai na alma. Talvez assim consigamos preservar a maior riqueza das nossas crianças – a sua espontaneidade. Essa, que vai ficando perdida no terreno onde actuam as vitaminas mágicas, que as anestesiam e as impedem muitas vezes de pensar e de sentir.

Deixo-vos com uma frase que jamais me esquecerei, de alguém que no alto da sua infância compreendeu que não queria mais vitaminas mas sim, “um espaço para deixar mais leve a cabeça”…

O Canto da Psicologia,
Dr.ª Joana Alves Ferreira



quarta-feira, 2 de outubro de 2013



02 de Outubro



Sinto-me ridícula: estou seguramente há longos minutos a olhar para esta folha em branco, onde espero ser capaz de escrever sobre mim. Qualquer coisa, Madalena. Qualquer coisa que possa dar nome ao que sinto ou ao que julgo não sentir. Mas enquanto a olho, num misto de intimidação e desejo, num misto de querer e não querer, sinto-me assoberbada por aquela irritação que se tem instalado em mim e que me empurra a toda a força para desistir. (Para a destruir!!)

Sim, desistir de escrever folhas em branco e, em vez disso, amarrota-las, riscá-las, cortá-las. Sei lá, tudo que lhes tire esse lado imaculado e cheio de leveza com que me irritam solenemente no aqui e agora deste momento, por em tudo isso contrastarem com a forma como me sinto. Porque EU não estou imaculada, ajeitada, organizada e leve como estas folhas, entenderam? E escrevê-las assim é como sujá-las, conspurcá-las de coisas que não sei se quero reconhecer em mim.

E logo hoje, que é dia de terapia… E hesito mais uma vez, se quero ou não quero ir. Logo hoje que, depois da última sessão, sinto uma embrulhada no estômago, na cabeça, no coração. Uma embrulhada de coisas que saltaram para aquele espaço na última sessão, como se me tivessem dado um soco na barriga e dali me tivesse saltado tudo o que tenho cá dentro. Mas agora, há distância, assusto-me com tanta coisa que saiu de dentro mim! Das minhas entranhas! O que é isto? Quem sou eu, afinal?

Diz o meu marido, certamente para melhorar as coisas, “Não te reconheço, pareces descontrolada!”. E fico furiosa, mas furiosa como nem sei pôr em palavras, revolvida com estas acusações a que só me apetece dizer-lhe “MAS QUEM É QUE TU PENSAS QUE ÉS?!”. E digo-lhe, mas fico-me por ali para não lhe dizer tantas outras, ai tantas outras que gostava de lhe dizer! … Mas, entretanto, é hora da sessão.



- Bom dia, Madalena!




E… BOOM! Disse as todas, mas mesmo todinhas que andavam aqui entaladas, disse tudo o que tenho sentido e o que ele me tem feito sentir, disse sem jeito, sem nexo, entre choro e dor, mas disse e dei nome a este lado que está tão zangado com o meu marido, como me devolvia a terapeuta. Porque está e talvez assim ande há algum tempo, com este marido que me faz sentir uma bengala de apoio e, curioso: “Logo agora que o seu marido foi promovido, esta zanga parece estar a ganhar palavra dentro de si.” E sim, é verdade, este progresso de carreira dele deixou-me sem chão, mas isso… “Terá que ficar para a próxima sessão”.
Saio, entre lágrimas enxutas, entranhas revolvidas, mas um pouco mais leve, como as folhas.


sábado, 28 de setembro de 2013

Terapia do Palato


Pizzas caseiríssimas

Esta semana o nosso palato deixou-se levar pelos sabores da velha Itália ou do antigo Egipto! Este palato embora confuso com a história da origem da pizza, apenas trazia consigo uma certeza de que se deixará encantar e render à eterna combinação do tomate e da massa de pão. Numa tradição que foge às "pastas" e se eleva nas altas temperaturas de um forno, de preferência a lenha, o palato amortece as dentadas e deixa que a massa fofa e leve deslize até ao centro de uma qualquer cidade na bota da Europa.

 Massa tipo pão:
Pizza azeitonada - Tomate frito heinz, milho,
azeitona, leite de coco, atum e manjericão.
1 kg de farinha
625 ml de água morna
20 gr de fermento de padeiro
15 gr de fermento seco
2 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de sal grosso
2 colheres de sopa de sopa instantânea de cebola
1 colher de sobremesa de oregãos


Pizza bananada - Tomate frito heinz, oregãos, manjericão,
 presunto e banana. (Massa muito estendida)

1º - Inspirando-se no vulcão Vesúvio, faz-se um monte com a farinha abrindo com os dedos em ponta ao centro uma cratera, onde se juntam todos os outros ingredientes à excepção da água que apenas se deita metade. Com um garfo vai-se mexendo e dissolvendo lentamente tudo puxando a farinha até formar uma massa pegajosa.

Pizza estrelada - Tomate frito heinz, cogumelos frescos,
fiambre peru em forno lenha, milho e ovo estrelado
(o ovo é colocado 5 minutos antes de desligar o forno).
2º - Junta-se a restante água lentamente sem parar de mexer com o garfo que vai levando a farinha até a massa ficar homogénea e capaz de se moldar à mão. Amassa-se tudo com firmeza até ficar uma bola macia. Coloca-se a mesma numa taça grande untada e com um punhado de farinha em cima para não estalar. Reserva-se num sitio seco e quente até ficar o dobro do tamanho.

3º - Amassa-se de novo para tirar o ar, durante 30 segundos, e estende-se na forma que se pretende e já na forma. Deixa-se levedar até 1 hora e está pronta a cobrir com o que estiver mais à mão do seu gosto!

Inspire-se nos três tipos de pizza que aqui espreitam e seus ingredientes e acredite que não se vai arrepender.
O tempo de cozedura varia consoante os fornos e o gosto particular dos palatos! 
Aconselha-se em forno tradicional de chama o tempo de 25 minutos e calor em baixo.

Boa terapia e bom apetite






quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Diário de uma Terapia




25 de Setembro


Desta vez não escrevi logo no meu diário. Neste meu diário de uma terapia ou, mesmo dizendo , neste meu jeito terapêutico de cuidar de mim, do meu Eu. Li algures que, “Escrever é Terapêutico”. É. Reconheço que quando passo para o papel ou computador o que sinto, o que senti, tudo me soa de forma diferente. Não necessariamente pior ou melhor, de todo, mas, claramente diferente.

Se no meu espaço verbal terapêutico ( acho que posso escrevê-lo assim), eu me oiço carregada de emoções umas verdadeiras, outras, sobre o efeito de situações vividas e não pensadas e outras, a partir do que a psicóloga me devolve, mesmo assim, quando faço este exercício de as escrever, olho as letras e a composição das palavras feitas frases sobre outro prisma, soando-me de forma diferente e pondo-me, sem dúvida, a pensar.

E hoje não me apetece fazê-lo!

Não me apetece sequer, no que escrevo agora, escrever o antes e o depois como o tenho feito neste meu diário. Sinto que não tenho vontade de voltar a pensar e até escrever sobre o que foi falado na última sessão, aliás, nada foi falado. Só eu falei, bom, gritei!. Reconheço que entrei e nunca mais me calei. Eu, que dizia que se não tivesse um feedback no tal de setting terapêutico me punha de lá para fora, esta última sessão ,preenchida de queixas, raivas, zangas, irritações, foi isto mesmo: uma autêntica zanga, como aquelas que eu às vezes tenho lá por casa, que ecoa por aquelas paredes, que me parecem tão vazias em determinada altura, soando a trovão de furacão e que fazem com que durante uma hora ninguém fale, nem se mexa, sequer!  E se algum movimento acontecer, morrem, desfeitos pelo meu olhar fulminante!

Oh…Meu Deus, como estou zangada! E não gosto de estar assim! Vou mais longe e digo, não tenho razões para estar assim… Que se passa comigo? Porque me sinto assim, feita nuvem negra em espiral de destruição? Até me assustei com a última frase que escrevi de tal forma me identifico. É melhor mesmo parar por aqui...

Meu Deus, não me reconheço. Nem quero continuar a escrever. Acho que vou parar com a escrita. Desisto do meu diário! E da Terapia? Oh…sei lá…!


Vou reduzir o meu pensamento a zero… vou reduzir-me a zero…

quarta-feira, 25 de setembro de 2013





O primeiro dia…
O coração palpita mal o clique informático do “sistema nervoso pensativo e instintivo materno” ressoa de alto a baixo nas instalações do corpo. Parece não haver controlo, ele vai e vem cada vez com mais fúria e factualidade, à medida que a data se aproxima. E a data…aquele dia no calendário tão diferente de todos os outros, tem um brilho provocante e zombeteiro, condensando num número memórias, desejos, receios e ambições. Um número…tanto poder. Anda-se para a frente a para trás e lá está ele no frigorífico a provocar e a não se fazer esquecer.
Com passadas pesadas de quem não tarda e jamais se abala, ele vem mal bate a meia-noite e sem abóboras e varinhas de condão que deixem o João Pestana chegar. Nasce o dia do teu primeiro dia…do meu primeiro dia…do nosso primeiro dia. E como o vemos de forma diferente. É de certa forma o primeiro dia do resto da tua vida, que te sorri e abre caminho a outros colos, a outros mimos e outros amores. E é, sem que eu deseje que seja, o primeiro dia do resto da minha vida, de uma síndrome de ninho vazio, de um medo avassalador de abrir os braços para o mundo e te deixar caminhar e no fundo, mais uma vez, de ser mãe.
Irás para a escola, mas mais parece que sou eu que tenho muito a aprender, que preciso de respostas para as minhas perguntas tontas e que preciso de colo para acalmar e conter os meus medos. Entrego-me ao entregar-te, mas sem te deixar tão pouco te abandonar, pois nunca deixarei de olhar para trás mesmo gota a gota a visão se turve e mesmo que venha uma em enxurrada.
Será um dia longo, em que pensarei em ti ininterruptamente e tu pensarás em mim? Conto os segundos, os minutos e as horas sem que estes pareçam passar. Gasto os olhares para o relógio, já não tenho mais saldo para chamadas e não sei se mais alguém saberá o que sinto agora.
Mas no fundo…é o teu primeiro dia de escola e não imaginas como estou orgulhosa de ti.



O primeiro dia…quanta angústia?

É sabido que para a maioria dos pais os primeiros dias das novas fases dos filhos, são sentidos com um doloroso “tem de ser está a crescer”. Seja o primeiro dia da escolinha, o primeiro dia da primária, o primeiro dia na casa dos avós e…claro, quando chega ao primeiro dia do seu casamento já a conformidade se instalou e os ajudou a crescer com menos angústia e mais confiança.
Mas o primeiro dia na escolinha…esse é mesmo difícil. As angústias são imensas e crescem a cada dúvida, a cada informação que não foi dada e a cada manifestação do bebé. Confiar á primeira em quem cuida da criança é quase sempre uma missão difícil, procuram-se pormenores, semelhanças, defeitos e qualidades tudo o que permita tranquilizar os corações mais ansiosos e facilite o acreditar no colo estranho de quem recebe. Os pais desejam acima de tudo que aquele colo seja uma extensão do seu, sem o substituir, mas que contenha, acalme e proteja incondicionalmente o seu rebento. É claro que nenhum colo é igual, são todos diferentes com cantos e recantos em modelos exclusivos e de produção única. Mas algo é de todo análogo entre colos - as intenções - que se projectam no olhar e sorrisos de quem dá o melhor e deseja um futuro risonho, que de sala em sala fará de tudo para garantir um crescimento sempre para cima e para a frente.
A adaptação saudável e harmoniosa tem como base os sentimentos de segurança e confiança dos pais e dos técnicos, que consequentemente transmitirão tranquilidade e optimismo à criança.
A partir do momento em que a criança é confiada a alguém que não os pais, as interacções com estes tornam-se reduzidas e limitadas aos períodos de retorno ao contexto do seu lar. Como tal, numa fase inicial pais e criança sentem perder as suas referências o que promove alguma ansiedade e inquietação, que gradualmente se dissiparão e darão lugar à confiança e tranquilidade.
Dicas para uma adaptação saudável dos mais pequenos:
§  . Conheça a escola e a educadora previamente e exponha as suas dúvidas e os seus receios;
§ . Planeie uma adaptação progressiva com a educadora - no primeiro dia 2 ou 3 horas, depois até ao almoço e só depois o dia todo;
§ . Escolha um objeto querido pela criança que ela possa levar consigo e que a apoie no momento de dormir;
§ . Demonstre uma atitude segura e tranquila na entrega do seu filho, evitando a projecção das suas angústias e inseguranças;
§  . À chegada coopere com as auxiliares e educadoras no momento da separação;
§ . No momento de a ir buscar assuma uma postura calma e encare a situação com alguma segurança;
§ .  Forneça ao educador todas as informações importantes sobre os hábitos e momentos diários da criança em casa, o mesmo fará o educador em relação ao contexto de sala;

Dicas para uma adaptação saudável dos ainda pequenos mas já crescidos:

§  Valorize a escola em casa e inclua-a no seu discurso diário de forma gradual e moderada;
§ .  O professor deve ser tido como figura de respeito e autoridade, mesmo que na discordância de opiniões essa imagem fique fragilizada dentro de si como encarregado de educação, resolva isso com o próprio não envolva o seu filho;
§ .  Promova a responsabilidade individual na gestão dos trabalhos de casa, acompanhe, supervisione e fomente a autonomia e transmita confiança;
§ .  Os momentos de fazer os trabalhos de casa/estudo devem ser tranquilos, estipulados e organizados, numa dedicação mútua entre pais e filhos;
§ .  Uma semana antes da entrada na escola comece a criar as rotinas e introduza os horários que vão ser mantidos durante o período escolar;
Respire Fundo e Confie... 
pode ser um início difícil mas tenderá a melhorar de dia para dia 


O Canto da Psicologia
Drª Joana Cloetens

sábado, 21 de setembro de 2013

Terapia do Palato

Maw Broon's - CookBook

Depois de uma ausência na sessão anterior o nosso palato atrevido voltou, confessando uma semana de dieta básica para repor os devaneios das férias. Resistiu ao pecado da gula que o manteve em "retiro do paladar" por uns dias, algures entre os legumes e vegetais, bem no fim da rota dos grelhados. 
Foi então possível encontrar  tempo para se engordar a mente, através de um comer com os olhos que só os palatos mais regrados conseguem cumprir.





Nesta sessão o nosso palato visivelmente revigorado sustentava no colo uma espécie de "bíblia caseira", como um pedaço de si em formato papel que se contém e protege de todas as ameaças e olhares indiscretos. 






Um diário secreto de receitas escocesas onde o olhar se perde entre pedaços de receitas de embalagens de farinha, tiras de banda desenha "so british" e apontamentos escritos a várias mãos.

Entre a pertinência do sotaque presumido, e fortalecido na coroa, e as voltas e contra-voltas de um gaélico matreiro cozem-se pratos, apuram-se garfos e afiam-se facas. 

Numa verdadeira "bíblia gastronómica" podemos converter-nos às sopas
encorpadas, carnes de caça, tartes salgadas, aos peixes das águas geladas, pudins, geleias, sem esquecer os molhos densos e espessos.

E não poderia faltar o cuidado atento sobre os olhos que nela podem crescer, esta "bíblia" apoia os devotos na conversão das medidas e unidades traduzidas e ajustadas ao conhecimento da cada crente.

Vale a pena vasculhar...este palato rendeu-se e você?

Boa Sessão

P.S. - O gaélico impele a uma ajuda extra de um bom dicionário!