sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Benjamim e os tpc's...









No universo infantil, palmilham palavras ouvidas e percebidas a partir de discursos de adultos que resultam em interpretações únicas e hilariantes que nos surpreendem e permitem momentos ímpares de humor em família. Raras são as vezes em que, na consulta com os pais, não irrompa uma gargalhada conjunta pela “pérola” contada a partir de episódios vividos em contexto familiar! 

E o nosso Benjamim aqui está para provar um momento como esse!!


Em inicio de um fim de semana a prometer uma semana mais curta, cuide para que o tempo, não seja ele todo gasto em obrigações e poucas diversões… afinal de contas, lembramos o velho cliché, há tempo para tudo…
Tenha uma excelente sexta feira é o que lhe deseja a equipa d’ O Canto da Psicologia...



O Canto da Psicologia



quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Bichos-carpinteiros de ontem, hiperactivos de hoje...







Nos últimos anos, tem-se verificado um crescendo de crianças a quem se atribui este quadro, seja pela avaliação efectiva de técnicos de saúde, seja pela forma como este terminologia tem vindo a ser, no nosso entender, abusivamente utilizada por professores, pais, família e pela própria sociedade.

Os "reguilas" de outrora são os "miúdos concerta" da actualidade: crianças que, eventualmente, não serão tão diferentes das que também os pais terão sido, mas cuja indisciplina, inquietude, agitação, associado ao desejo impetuoso de subir muros e empoleirarem-se onde não devem, entre outras formas "estranhíssimas" de pôr os bichos-carpinteiros a mexer ... Hoje, são as crianças travadas pelas "pílulas mágicas"; são os indisciplinados, a quem cabe (aos próprios, mas sobretudo aos pais e professores) a justificação de um diagnóstico que clarifica qualquer dúvida que a falta de regras levante; são os "miúdos concerta", que, como o nome sugere, precisam de ser concertados, arranjados, como quando adquirimos qualquer coisa que chega com defeito de fabrico...

Mas, não será demasiado? O que mudou, afinal, no espaço de uma geração para rapidamente tudo ser solucionável por via de "pílulas magicas"?

A nosso ver, olhando para lá da palavra, dos nomes e dos rótulos, há em cada criança uma singularidade que faz dela especial e na qual vão surgindo, medos, angústias e dificuldades... Superáveis e não propriamente anuláveis - superáveis pela capacidade adaptativa da criança, pela forma como na relação é capaz de trabalhar as suas inquietações, caso seja contida e suportada, num trabalho de articulação contínuo entre pais, educadores, psicólogos e toda a rede que a envolve.

Que a Adrenalina, agora substituída pela Ritalina, possa ser trazida para uma Psicoterapia e, como diz o dito popular "a seu tempo, cada coisa no seu lugar"! Mas, é claro está, é preciso tempo, um tempo que não se coaduna com uma cultura do imediatismo.

E desse lado, enquanto pai, é capaz de esperar?


Drª Joana Alves Ferreira

O Canto da Psicologia 





sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Um elefante no peito...







Agora…


Atropelada. Em apneia. Nos mínimos.

Já passaram por fases assim? Digo fases porque sei que nada dura para sempre. Não há nenhuma situação que estejamos a viver que permaneça dessa forma, exatamente assim por tempo indeterminado.
Os dias não param. A vida também não, e todos os dias o sol e a lua nos brindam à sua maneira…

Mas momentos destes, em que somos atropelados pela vida, e devastados por sentimentos difíceis de suportar, às vezes penso como gostaria que estes dois (o sol e a lua) ficassem também em apneia e me dessem tempo para chorar, gritar, dormir, lamber feridas e encolher-me numa bola de dor.
Mas não. E os dias chegam, e continuo a ter que arranjar força para trabalhar, e sobretudo para que o meu filho não se percebe desta parede que estava no meio da estrada e na qual embati com toda a força.

Dizer que não tenho medo estaria a mentir.
Voltaram os tremores a meio do dia e que do nada que me toldam os movimentos e o pensamento. O aperto no peito como se o elefante estivesse a fazer peso morto.

Penso em como as decisões que tomamos nos trazem e levam pela nossa vida fora.
Mas será que somos sempre responsáveis, nós e só nós pela vida que temos? Não sei. Aparentemente deveria ser assim. Mas não controlamos tudo, muito menos os outros e as decisões que eles tomam e forma como isso tantas vezes nos magoa e nos desilude. Por isso não posso deixar que a maldita culpa venha também entrar nesta longa lista de espera de sentimentos maus que teimam em querer invadir a minha vida.

Tento conjugar o verbo querer, neste meu presente, mas de forma quase impossível eu sei. “Eu queria” é, e reparem na ironia, o verbo querer no Pretérito imperfeito do indicativo! É mesmo isso, imperfeito querer uma coisa que é impossível, que não depende só de nós.  
“Eu queria que nada disto estivesse a acontecer”.
“Eu só queria ser feliz”.
“Eu só queria uma vida tranquila”.
… assim escrito e lido tem um efeito diferente por acaso… parece autocomiseração e essa ideia eu não gosto.
Não gosto porque não é disso que se trata.

Trata-se sim de esperar, quieta no canto até que doa um pouco menos.
Tratar as feridas que insistem em abrir, e uma vez mais esperar.
Trata-se tão somente de esperar, e ser paciente com o presente.
Trata-se de perceber que não tenho de tomar decisões que neste momento seriam tomadas assentes em tristeza e em desilusão.
Trata-se de confiar que tudo acaba por se resolver e haver um caminho.
Trata-se de não me obrigar a fazer mais do que aquilo que neste momento sou capaz.
Só depois desta espera, que espero me traga forças, começar então a tentar todos os dias, um bocadinho de cada vez, aceitar o que me atropelou outra vez não me matou, mas sim mostrou-me que afinal sou mais forte do que pensei.




Petra



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A beleza e o amor...









A beleza, sabemos, é subjetiva. Já diz o velho ditado “Quem feio ama, bonito lhe parece”.
A beleza provém de um olhar, de alguém que olha, de um olhar que reconhece o outro. É um olhar que veicula o investimento num Outro. Um que investindo o Outro com essa qualidade lhe permite sentir-se dessa forma, belo. Como os pais investem o seu bebé.

Ser belo é ser-se reconhecido. Ser belo é o sentimento de ser olhado e olhar-se com amor.

Os conceitos de auto-estima e auto-imagem condensam isto de que falo. Trata-se do trazemos dentro, que nos carrega de pensamentos sobre nós próprios, que nos atribui determinadas qualidades (em junção com as intrínsecas claro está), que nos dá referências estruturais sobre a forma como nos vemos e nos sentimos. Dizer que aquela pessoa não tem auto-estima (como muitas vezes se ouve em consultório ou fora dele) é reportar-se à história daquele indivíduo. Que traços o definirão? Como terá sido investido? Ter-lhe-á sido possível aprender a amar-se a si próprio e portanto a sentir-se belo?
Sentir-se belo tem mais que ver com o que se traz dentro e com o que o outro significativo inscreveu, do que com o que se vê quando se olha ao espelho.

É curioso observar como a forma como nos sentimos influencia por vezes a forma como nos avaliamos a este nível. Vemo-nos belos se nos sentimos felizes, vemo-nos belos se nos sentimos capazes, se nos sentimos amados, desejados. Quem, apesar de julgado belo pelos outros, nunca passou por momentos em que se sentiu à mesma “feio”? Talvez porque houvesse algo interiormente que o fazia sentir desapontado, porque havia um obstáculo interno a que se pudesse apreciar a si mesmo...
Um caráter mais permanente de um sentir deste tipo, de um impedimento a que o próprio se possa apreciar, aproxima-se já de um valor patológico.

Também é curioso constatar que muitas vezes as pessoas se consideram ou são consideradas mais bonitas à medida que amadurecem. Tornam-se mais conhecedoras de si mesmas, mais conscientes do que são e de para onde querem ir, mais tolerantes mas também mais seletivas. Tiveram com certeza oportunidade de transformar em si eventuais obstáculos à apreciação de si mesmas.

O amor por si próprio e o amor pelo outro carregam um sentido de beleza, são o seu sustento. 



Drª Filipa Rosário
O Canto da Psicologia



segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Frequência de Treino...









A falta de tempo é nos dias de hoje, o principal motivo para a grande taxa de absentismo que se faz sentir entre a população portuguesa. Sabemos que a frequência de treino é importantíssima para se verem resultados de uma forma mais rápida e consistente, porém se acha que o facto de ter pouco tempo para fazer exercício o vai impedir de ter resultados, engana-se! Temos boas notícias para si.
Um estudo levado a cabo por mais de 15 anos e com mais de 50 mil pessoas, concluiu que: apenas uma sessão de treino semanal de alta intensidade e de características gerais pode reduzir em cerca de 40% a taxa de morte por problemas cardíacos em homens e perto de 30% em mulheres. No caso dos idosos, a redução de problemas cardíacos descia para mais de metade.
Pois bem, se continua com falta de tempo para treinar, garanta o mínimo e indispensável na sua agenda para treinar pelo menos uma vez por semana com intensidades altas, deixando para segundo plano a questão do volume de treino. Lembre-se que todas as hipóteses para ser fisicamente ativo são válidas.
Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde, mais tarde ou mais cedo vai ter de arranjar tempo para cuidar da doença.


Bons treinos
Hugo Silva 
Instagram: hugo_silva_coach
Linkedin: http://linkedin.com/in/hugo-silva-1b8295132
-Licenciatura Educação Física/Especialização Treino Personalizado
-Pós-Graduação em Marketing do Fitness 
-Pós-Graduando em Strength and Conditioning
-Director Técnico ginásio Lisboa Racket Centre 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Voltando à casa de partida...








Em ínicio de ano letivo, terminadas as tão merecidas férias, a azáfama e o corre-corre das nossas vidas aumentam em crescendo e inevitavelmente fervilham as dúvidas face ao que este novo ano trará, como que num jogo em que tudo apostamos a cada recomeço, com o objetivo de ganhar.

Para os mais pequenos (e seus pais) é o retomar da rotina escolar, dos cadernos e sumários, dos tpc’s, dos testes, do tão pouco tempo que sobra para fazer outras coisas de que se gosta...e embrenhados no tiquetaque do tempo que voa, rapidamente as férias se assemelham a miragens desvanecidas no deserto. Na escola, o palco principal dessa rotina, os dias são vividos intensamente, para o bem e para o mal. Pois é lá que se vivem os primeiros sucessos, mas também os primeiros fracassos. As primeiras ambições, mas também as primeiras desistências. Os primeiros amores, mas também os primeiros desgostos. Não esquecendo que a escola é também o local de primazia para a criação de relações e vivências, muitas cujas consequências positivas ou negativas, se repercutem por toda a vida, não o podemos dissociar se ambicionamos que as nossas crianças sejam bons alunos, mas sobretudo alunos felizes. Bem sabemos que não existe fórmula mágica, receita ou livro de instruções que permita que tudo corra invariavelmente bem (era tão bom!)mas a psicologia tem-nos ajudado a criar opções, a trilhar caminhos diferentes. Não só no universo da criança, ou do jovem, mas sobretudo no dos pais ou dos professores, que muitas vezes se autoculpabilizam, por não ter percebido que algo corria menos bem, por não terem reparado nos sinais de dificuldades e ou de sofrimento, por não terem tempo para ser os super-pais ou os super-professores que tudo resolvem. Não, não se pretende aqui aferir culpas e fazer juizos, mas sim sinergicamente encontrar alternativas de soluções para quando os problemas surgem, como parte natural do percurso da vida. E claro, o quanto antes.

Então será preciso apenas um pouco mais de atenção a determinados aspetos...deixo-vos pequenos aspetos a ponderar: 

- se uma criança fica excessivamente nervosa antes de um teste, ao ponto de vomitar ou sofrer de insónias, existirão questões ansiogénicas com a dinâmica escolar a merecer atenção;
- se uma criança se recusa a ler em público (ou lê muito baixinho e devagarinho) e depois não se recorda do que leu;
- se escreve frases e textos repetitivos e muito pobres do ponto de vista do vocabulário; - - se por mais que se esforce não entende o que lê;
- se desenha frequentemente letras e números em espelho;
- se troca sistematicamente determinadas letras, 

então poderemos estar perante um caso de dificuldades de e/ou na aprendizagem, se uma criança é constantemente agressiva e magoa os seus pares, ao ponto de não conseguir manter amizades com outras crianças, se tem de ter sempre a última palavra, se desafia o adulto, então estamos dentro de questões comportamentais mais graves.

Este texto não pretende, no entanto, criar a falsa necessidade de rotular ou nomear qualquer inevitável dificuldade que surja. Não, claramente que não. Pretende, pois, relembrar pais, professores, crianças e jovens, que não estão sozinhos, que existem pequenos passos que podem ser dados e que podem fazer a diferença. Se tiver dúvidas, se há já algum tempo pensa que aquele comportamento “não é lá muito normal”, se a desmotivação e a frustração são constantes no dia a dia da criança, se a escola há muito deixou de ser promotora de aprendizagem e de bem-estar, não hesite! Procure ajuda especializada, pois com uma intervenção adequada, ajustada àquela necessidade específica da criança, juntos seremos com certeza promotores de sucesso e bem-estar.

 Votos de um excelente ano letivo para todos!


Drª Ana Silvestre
Psicóloga Educacional 
O Canto da Psicologia






terça-feira, 12 de setembro de 2017

Chá, para que te quero...








Com o pós-férias chega o reinício das dietas. Fique a conhecer os chás mais famosos.

Chá de Borututu
Indicações: Obtido através de uma planta africana, é reconhecido pelas suas propriedades diuréticas e no tratamento de problemas gástricos, hepáticos, intestinais, vesícula e aparelho urinário. Também normaliza o colesterol e a pressão arterial.
Contra-indicações: Não deve ser consumido em situações de gravidez e lactação.

Chá de Carqueja
Indicações: Possui ação diurética e é comummente utilizado para problemas gástricos e hepáticos. Possui na sua composição crómio, um nutriente importante no controlo da glicémia (açúcar no sangue), auxiliando no controlo do apetite.
Contra-indicações: Não deve ser consumido em casos de hipoglicémia, terapêutica anti-hipertensora, hipotensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, e na gravidez/lactação.

Chá de Cavalinha
Indicações:Pela sua ação diurética, ajuda a diminuir a retenção de líquidos e é fonte de sílica, um nutriente importante para a síntese de colagénio e firmeza da pele. Apresenta também propriedades cicatrizantes, anti-hemorrágicas e digestivas.
Contra-indicações: Não deve ser consumido em casos de terapêutica anti-hipertensora, hipotensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, e na gravidez/lactação.

Chá Verde
Indicações: Possui uma potente ação antioxidante, anti-inflamatória e diurética. A sua principal vantagem diz respeito à sua elevada concentração em polifenóis, antioxidantes eficazes na prevenção de doenças cardiovasculares, bem como na modulação da termogénese e oxidação das gorduras (regulação do peso corporal).
Contra-indicações: Não deve ser consumido em casos de hipertensão e por indivíduos com sensibilidade à cafeína.

Chá de Hibisco
Indicações: É rico em vitaminas A, C e do complexo B. Possui ação diurética, regula o funcionamento intestinal e facilita a digestão. Devido às elevadas concentrações de flavonoides, apresenta açãoantioxidante, prevenindo doenças cardiovasculares, envelhecimento precoce e outras doenças crónicas e inflamatórias.
Contra-indicações: Não deve ser consumido em casos de terapêutica anti-hipertensora, hipotensão, insuficiência cardíaca e insuficiência renal.



Júlio de Castro Soares
Nutricionista
Tlm.: 962524966




quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Nem só de amor vive o amor…







Ao pensar em alguma história que caracterize, de forma mais pura e clara, uma relação romântica, é provável que muitas pessoas se lembrem de “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. Alguns elementos dessa peça de teatro, mesmo que distorcidos, trespassaram o espaço e o tempo, tornando-se universais, porque reconhecidos em praticamente qualquer lugar do Mundo. Na realidade, numa conversação quotidiana não será invulgar que sejam atribuídas essas personagens a uma determinada e factual relação amorosa.

Talvez um dos factores mais relevantes que tenham contribuído para a universalidade dessa narrativa, é a tragédia associada ao amor. É algo irrefutável que tudo na vida humana terá um fim e, nessa medida, mesmo uma relação romântica, por mais intensa e bela que seja, não atingirá a dimensão do «felizes para sempre» e mesmo a promessa de amar «até que a morte nos separe», sofrerá, invariavelmente, algumas vicissitudes ou desafios antes de tal fim definitivo.

Poder-se-á até dizer que Romeu e Julieta morreram de amor, revelando que a intensidade desmesurada desse sentimento poderá ser fatal. Nesse furor emocional, a razão ficou cega para poder analisar a realidade - é bom lembrar que a morte prematura de ambos foi suscitada por um mal-entendido, sem ter havido paciência e, por isso, tempo suficiente para poder ser descortinado.

A relação de Romeu e Julieta foi de um amor instantaneamente feito e construído à primeira vista e, deste modo, sem possibilidade real de desenvolvimento. Assim, essas personagens estavam muito distantes da vivência de um amor suficientemente lúcido e paciente, de modo a poderem superar as grandes dificuldades com as quais se deparavam – as suas famílias eram inimigas. Mas continua a ser maravilhosa essa história, até porque é muito sedutora a ideia de ser amado logo à partida. Naturalmente, tal tende a suscitar no ser humano a ressonância de deslumbramento do amor materno/paterno ao verem pela primeira vez o seu bebé recém-nascido. Se esta experiência precoce é potencialmente construtiva para uma longa e saudável relação pais-filhos, nas relações românticas juvenis e adultas poderá levar a histórias que não ultrapassem uma segunda ou terceira vista, tal foi a intensidade vivida no primeiro olhar, sendo este, naturalmente, revelador de um desejo amoroso fugaz em vez da responsabilidade de manter uma atitude parental cuidadora.   

Por conseguinte, é natural que muitas pessoas recorram à psicoterapia para reflectirem sobre os relacionamentos amorosos, revelando um propósito, mais ou menos declarado, de que os romances das suas vidas não venham a sofrer finais trágicos e prematuros. Para que assim seja, nessas relações terá que ser constatado, invariavelmente, que nem só de amor vive o amor, ou seja, que haverão, inevitavelmente, momentos, mais ou menos prolongados, em que surgem outros sentimentos e é importante que possam ser expressos e aceites com tolerância e paciência. É um facto indesmentível que as pessoas nem sempre mostram uma atitude amorosa; por vezes, manifestam zanga, ciúme, aborrecimento, entre várias outras formas de estar na relação romântica.

Provavelmente, o mais importante é que esses projectos de intimidade sejam evidentes e percebidos como co-construídos, ou seja, que cada pessoa sinta que tem um papel relevante e suficientemente bem definido na relação, baseando-se no amor que os une, mas sabendo também que existirão inevitáveis divergências e obstáculos a ultrapassar. Será ainda bom não esquecer que surgirão mal-entendidos, os quais precisam de tempo suficiente para serem esclarecidos, tal como Shakespeare nos elucidou. Que assim seja, para que possa ser prolongada a história de amor de cada “Romeu” e “Julieta”…



Dr. Nuno Almeida e Sousa 
Psicólogo Clínico
O Canto da Psicologia




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O Marlon Brandoa era grande e comeu mais gajas do que eu comi almoços...







O Marlon Brandoa quase teve de ser raspado do chão depois de mais um esbardalhanço violento de motorizada que o deixou feito em pandarecos e a comer pudins porque nem o corta-palha se safou. Não temi por ele. Fui visitar o Marlon ao hospital dos ossos, trocámos saudades e ele agradeceu-me o maço com tabaco que depois misturava com uma resina ilegal porque um homem precisa de rir e sair para intervalo deste jogo da porra com a realidade.

O Marlon tinha rosto trigueiro, era tão alto que até matava pássaros à cabeçada. Afivelava um sorriso refastelado depois de ter tirado a virtude a mais uma e costumava passar pela maralha no ronco da sua mota, sem carolo e a encolher à medida que a distância o engolia. O Marlon não era bem da Brandoa, mas tinha aquele franzir de testa à ator que se cagava das maiores alturas para o que vinha a seguir quando dava ao kick, puxava da manete e, a duas baforadas (a do cigarro e a do escape), arrancava para mais uma parte que era só dele. Tinha um índio comanche tatuado no braço direito (uma inovação ao tempo) e cuspia para o chão com estilo e jactância. O Marlon só costumava parar o corcel para galar melhor o pername a esta e mais aquela e para tocar baixo nos “Chupa & Não Trinca”, uma estupenda banda proto-trunk (mistura de trash e punk). Um conjunto de garagem que teve o supremo azar de nunca sair da garagem. Às vezes o Marlon fazia a fineza de pôr o descanso também para me saudar e recordar os secundários tempos de escola em que fazíamos lavagem automática bocal com as bonecas no último banco do autocarro durante visitas de estudo. Baforávamos aquela resina ilegal e era giro. Isto, bem entendido, nos intervalos de mostrarmos o cu aos condutores de trás. Ríamos ao recontar isto e ele seguia viagem. O Marlon comeu mais gajas do que eu comi almoços. Fizemos refeições juntos por colchões só divididos por uma cortina numa casa manhosa de praia ali para a Fonte da Telha. Ele ficava com o lombo, eu com os restos. Nem os regulares espetanços motorizados o impediram de rebentar quarteirões. Eram muitos os jeans humedecidos pelo frisson de Marlon. Ele continuou a cair de mota e num par de vezes levou-me com ele para intimidades com o solo.

Há um tempo, soube que esta criatura do asfalto da minha adolescência tinha-se mudado para o outro lado do rio e dera a maior das quedas, só que a falhar o chão. Que se amancebara e era homem de uma vagina só. Ganhava o seu bago a organizar eventos e deixou a mota à ferrugem. Até pôs um filho neste vale de lágrimas. Fui ver se era verdade. É.
Agora trago o Marlon às festas da escola. Bebemos umas e outras e acabamos a reconhecer que já não fumamos trabucos nem mostramos o cu às pessoas.
Há menos tempo, fui à minha rua, que era a um arremesso de pedra da do Marlon. Perscrutei um par de namorados borbulhosos a trocar saliva com fragor. Havia uma mota estacionada por perto. Fiquei tristemente feliz pelo rapazola que dava os primeiros amassos.

Nelas e no chão, um gajo só sabe o que é peixe agulha quando cai.

FILIPE ALEXANDRE DIAS
Jornalista

O Canto da Psicologia





segunda-feira, 4 de setembro de 2017

CORE... entre a anca e os ombros...







Nos dias que correm, continua a ideia na maioria das pessoas de que para treinarmos a
força do CORE (zona que compreende a musculatura entre a anca e ombros), devemos
fazer treino isolado, disso são exemplo os típicos crunches, sit ups, abdominais
invertidos, etc.

Pois bem, vários estudos apontam em sentido contrário. No que toca a ativação dos
músculos do CORE, efetuar movimentos integrados como um agachamento, peso
morto, supino, remada ou um press, mostram maior capacidade de gerar tensão e
estabilização no CORE do que exercícios que envolvam flexões acentuadas da coluna
ou que a trabalhem de forma estática. O tempo dos abdominais e pranchas intermináveis
acabaram.

Colocar estes exercícios na sua rotina de treino trará vantagens a vários níveis:

-aumento da força e resistência musculares;
-aumento da densidade mineral óssea;
-menor incidência de lesões na coluna;
-melhoria da composição corporal;
-rentabilização do tempo de treino;

Lembre-se, o seu plano de treino deverá incidir sempre no risco/benefício de cada
exercício e em função do objetivo de treino. Aconselhe-se com um profissional de
exercício e saúde antes de incluir qualquer exercício na sua rotina diária.

Bons treinos...



Hugo Silva 
Instagram: hugo_silva_coach
Linkedin: http://linkedin.com/in/hugo-silva-1b8295132
-Licenciatura Educação Física/Especialização Treino Personalizado
-Pós-Graduação em Marketing do Fitness 
-Pós-Graduando em Strength and Conditioning
-Director Técnico ginásio Lisboa Racket Centre 







-Director Técnico ginásio Muscle Factory