Estamos longe... Estamos todos tão longe...
Estamos todos longe uns dos outros, e se calhar, não é só consequência desta pandemia.
Claro que, desde Março de 2020,
fiquei/ “ficamos” forçados a estar longe de quem gostamos e com quem não
vivemos, mas tenho pensado muito no tempo e no que sinto face a este. E cada
vez mais me apercebo que sou atropelada por este. E isso tem-me consumido e entristecido. Dou por mim a pensar nas inúmeras coisas que tenho para
fazer e na frustração de não dar vazão às mesmas. Isso engloba trabalho,
maioritariamente trabalho, e tarefas funcionais de casa; mas depois penso: e as
minhas pessoas? Para as minhas pessoas, aquelas que amo e só posso falar por
telefone ,sobra tão pouco tempo. E fico num vazio e numa saudade
imensa. Saudade, de ter de facto tempo para elas. Aquele tempo tranquilo e
genuinamente dedicado. Saudades, muitas saudades de todos. Saudades de não só
não os poder realmente ver, como saudades de ter tempo para usufruir de vocês
e da vida além do trabalho. Mas já era assim antes da pandemia...
Talvez a pandemia nos obrigue a pensar mais vezes nisto, no que é estar distante, no que é estar só, e no
sentir só. Talvez a pandemia possa ser o caminho para, um dia, sabermos valorizar o
que de facto importa; para mim, tudo o que envolve amor e, claro, as minhas
pessoas.
Drª Margarida Espanca
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