sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Um acerto com a saudade...

 Estamos longe... Estamos todos tão longe...


Estamos todos longe uns dos outros, e se calhar, não é só consequência desta pandemia.

Claro que, desde Março de 2020, fiquei/ “ficamos” forçados a estar longe de quem gostamos e com quem não vivemos, mas tenho pensado muito no tempo e no que sinto face a este. E cada vez mais me apercebo que sou atropelada por este. E isso tem-me consumido e entristecido. Dou por mim a pensar nas inúmeras coisas que tenho para fazer e na frustração de não dar vazão às mesmas. Isso engloba trabalho, maioritariamente trabalho, e tarefas funcionais de casa; mas depois penso: e as minhas pessoas? Para as minhas pessoas, aquelas que amo e só posso falar por telefone ,sobra tão pouco tempo. E fico num vazio e numa saudade imensa. Saudade, de ter de facto tempo para elas. Aquele tempo tranquilo e genuinamente dedicado. Saudades, muitas saudades de todos. Saudades de não só não os poder realmente ver, como saudades de ter tempo para usufruir de vocês e da vida além do trabalho. Mas já era assim antes da pandemia...

Talvez a pandemia nos obrigue a pensar mais vezes nisto, no que é estar distante, no que é estar só, e no sentir só. Talvez a pandemia possa ser  o caminho para, um dia, sabermos valorizar o que de facto importa; para mim, tudo o que envolve amor e, claro, as minhas pessoas.

Drª Margarida Espanca - Lisboa

O Canto da Psicologia

 


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