quinta-feira, 10 de junho de 2021

Vestimos as emoções?




Sentir e pensar as emoções é um processo que pode ser demorado, doloroso e extremamente exigente do ponto de vista da ligação emocional.
Conectar o corpo, a mente e o sentir é um trabalho que na maioria das vezes não é lembrado. Melhor, não é sentido, uma vez que, pensar não significa sentir. Difícil é transformar o pensamento em emoção e elaborá-lo internamente.

Saímos do nível da racionalização, dos mecanismos de defesa e partimos à descoberta de mala às costas, vazia, pronta a ser preenchida com conhecimento intrapessoal. Um mundo do sentir ainda por descobrir. Navegamos por águas turvas, por marés agressivas, por sensações desconhecidas quando de repente... à nossa frente: O Cabo da Boa Esperança! Convenhamos: sentir as emoções pode ser um processo difícil e doloroso; as águas podem ficar ainda mais turvas antes de serem translúcidas, as marés podem transformar-se em ondas gigantes antes de serem possíveis de nadar e as sensações podem ser areais de dúvidas. Aguardam respostas e conhecimento.   
Conectar um rádio até encontrar um som claro e agradável ao ouvido pode demorar – porque não aceitamos que conectar a emoção ao sentir e ao pensamento demora também?

Sair do patamar do racional, mergulhar no desconhecimento dos sentimentos, afetos, ligações e emoções trará dúvidas e questões que inicialmente são sentidas como demasiado fortes e angustiantes. Com o tempo e, claro, para quem o entender com ajuda do processo terapêutico, o novelo de lã torna-se, a cada dia, menos confuso e a camisola cada vez mais organizada e pronta a vestir. 


Drª Inês Frita Almeida  - Alcochete

 O Canto da Psicologia




 

 

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