Sentir e pensar as emoções é um processo que pode ser
demorado, doloroso e extremamente exigente do ponto de vista da ligação
emocional.
Conectar o corpo, a mente e o sentir é um trabalho que na maioria das vezes não
é lembrado. Melhor, não é sentido, uma vez que, pensar não significa sentir.
Difícil é transformar o pensamento em emoção e elaborá-lo internamente.
Saímos do nível da racionalização, dos mecanismos de
defesa e partimos à descoberta de mala às costas, vazia, pronta a ser
preenchida com conhecimento intrapessoal. Um mundo do sentir ainda por
descobrir. Navegamos por águas turvas, por marés agressivas, por sensações
desconhecidas quando de repente... à nossa frente: O Cabo da Boa Esperança!
Convenhamos: sentir as emoções pode ser um processo difícil e doloroso; as
águas podem ficar ainda mais turvas antes de serem translúcidas, as marés podem
transformar-se em ondas gigantes antes de serem possíveis de nadar e as
sensações podem ser areais de dúvidas. Aguardam respostas e conhecimento.
Conectar um rádio até encontrar um som claro e agradável ao ouvido pode demorar
– porque não aceitamos que conectar a emoção ao sentir e ao pensamento demora
também?
Sair do patamar do racional, mergulhar no desconhecimento dos sentimentos, afetos, ligações e emoções trará dúvidas e questões que inicialmente são sentidas como demasiado fortes e angustiantes. Com o tempo e, claro, para quem o entender com ajuda do processo terapêutico, o novelo de lã torna-se, a cada dia, menos confuso e a camisola cada vez mais organizada e pronta a vestir.
Drª Inês Frita Almeida - Alcochete
O Canto da Psicologia
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