05 de Junho
Hoje, venho assim, a modos que, vazia… Apetece-me muito vir
e nem sei bem porquê mas, estou meio estranha, sem vontade de falar.
Para a semana começam as férias de aulas dos meus filhos. Os
feriados, enfim!! Parece que está por aí este período mais longo do verão e eu
por aqui a pensar como ocupá-los. É sempre um pensar, organizar e tentar “preenche-los”
o mais possível… ficou pouco tempo para mim, Madalena!
O João, já se ocupa bem! Ele próprio já tem os seus
interesses e acaba sempre por combinar coisas com os amigos, passeios,
concertos, apesar das restrições que eu o pai temos que colocar sim, porque,
por ele, tudo o que é concertos, passeios, fins de semana fora, não têm
qualquer interesse se ele não estiver por perto… convencido este meu filho!!! Cabe-nos a nós travar este entusiasmo
desmedido. Mas às vezes não é fácil!
A Matilde, para além do campo de férias para onde vai todos
os anos, fica entregue aos avós maternos e depois aos paternos. Ainda há pouca
coisa com a qual ela se possa entreter. Lá vai tendo os primos e os amigos de férias
porque vai sempre para os mesmos sítios. Depois, temos então o período de
férias de toda a família. Este ano ainda não sabemos como vai ser, vamos os
quatro, de certeza! Para onde e como, está tudo ainda muito incerto…
Mas porque são estes os pensamentos que me ocupam, hoje? Não
é propriamente para isto que eu venho até aqui? Aliás, está cada vez mais claro
que, organização familiar é comigo!!
Mas estou assim, meio em baixo. Não me apetece pensar! Triste? Acho que não!
Ansiosa? Não me parece! Contrariamente ao habitual, com pouca vontade de falar!
Bom dia Madalena!
Saí pior… Definitivamente não é um bom dia…
Descobri que, por mais que eu consiga externamente ser uma
mulher extremamente bem organizada, internamente, estou uma desorganização
completa!
E não é que esta coisa das férias dos meus filhos, me incomoda? Este
tempo que estou sem eles, particularmente a Matilde, desorienta-me? E não sei
bem como, fui parar à minha infância!
E algumas das recordações não foram muito
agradáveis… A minha mãe, nunca trabalhou… mulher sensível às artes, autodidacta, sempre
muito afectuosa, dedicou o seu tempo a gerir a minha vida e a dos meus irmãos.
O meu pai, advogado, passava longo tempo distante da família: “o trabalho
filha, ocupa-o muito tempo”, dizia a minha mãe.
Nunca achei que fosse uma boa
justificação mas, aceitava-a e passava a maior parte do tempo junto a ela, ouvindo-a ler, vendo-a pintar e que
coisas lindas que ela pintava. Ainda hoje o faz! Às vezes, ao cair da tarde,
ficávamos as duas ( sim porque eu era a que gostava mais das coisas que ela
gostava) , a ver na televisão, bailados lindos, clássicos… e eu adorava… porque
tinha ela que me mandar todas as férias para longe disto que eu amava? Não
percebia que me era muito mais agradável estar ao seu lado do que ir para os
avós? Mesmo que isso implicasse, primos, praia, piscina?
Como dizia a psicóloga, parece que esta separação sazonal
dos meus filhos, traz até mim, as minhas próprias separações…
E eu que pensava
que apesar de tudo gostava de ir de férias? Sim porque depois quando lá chegava
até me divertia… mas que saudades que eu tinha da minha mãe.
E lembrei-me que
de vez em quando, este pensamento vinha-me à cabeça quando me deitava à noite:
Será que ela me esquece? Claro que não!! Mas o medo que eu tinha de que isso
fosse possível!
Bom, para a semana há mais… ahhhh… pensamentos
desorganizados…
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