quarta-feira, 19 de junho de 2013




12 de Junho de 2013

Se calhar porque esta semana é mais curta, tenho andado a mil. (Será? Ou isto é um estado habitual em mim?). Sinto-me frenética e com uma energia inesgotável, que supera o cansaço e chega a alcançar uma resistência que creio que já não é para a minha idade! ( Mas porque corro tanto? Parece que fujo de algo!) Às vezes, questiono-me que dispositivo é este que parece existir dentro de mim, que dispara e tenta chegar a todas as frentes, apagar todos os fogos, socorrer todos os pedidos... Como se não houvesse noite, dia, ou talvez amanhã.

Foi isto toda a misericordiosa semana: a imparável Madalena, entre processos que teimam em empilhar em cima da secretária e que eu insisto em despachar a uma “velocidade cometa”, os pedidos de última hora que, como habitualmente acontece, o meu chefe delega em mim, os miúdos (sim, sobretudo a Matilde, que com os exames e o estudo em desespero, tem pedido doses acrescidas de colo e paciência de mãe, porque nestas alturas não há colo sem boas doses de compreensão aos acessos que pairam naquela cabeça)... Bom, e ainda houve espaço para mais – e confesso que, enquanto escrevo, me interrogo “Como mais, Madalena?! Não enunciaste já o suficiente?!”. Pelos vistos não. Ainda houve espaço para inaugurar a reorganização sazonal da casa, com o pretexto de que os miúdos estão praticamente de férias e faz todo o sentido arrumar livros, cadernos, trocar roupas mais quentes pelas de verão... (Agora que penso, não esteve assim tanto calor… agora que penso!! Como assim, não pensei?).

Com tudo isto, claro que nem dei pelo dia de hoje, quarta-feira, e só me apercebo da hora da sessão pouco antes do seu começo. Saio, desvairada, pego na mala, esqueço-me do telemóvel, desço o elevador e volto atrás para recuperá-lo, e sigo na tal “velocidade cometa”, em conformidade com toda a semana, sem tempo para pensar e quase em piloto-automático... Paro, apenas quando oiço:


 Bom dia, Madalena!


E paro mesmo!! E penso!!! E saio esgotada. Não sei se de alívio ou de exaustão, mas é como se a energia que o meu dispositivo interno dispara tivesse encontrado um espaço onde pode finalmente repousar, onde necessariamente teve que parar.

Mesmo não querendo, como me disse a minha psicóloga... (o ligeiro atraso e o esquecimento do telemóvel, como aliás da própria sessão, foi comentado... Começo a perceber que, para estes lados, tudo tem um significado). E parece que tudo isto é uma espécie de fuga de mim e das coisas que me custam ver... As desorganizações, as separações!


Tanto que há para pensar! Mas o me apetece mesmo dizer agora, cá para dentro de mim, é “Sossega, Madalena, sossega”. E na verdade não há razão para fazê-lo. Creio que o dispositivo ficou naquele espaço, pelo menos hoje, e talvez por isso me esteja a sentir tão perdida, sem ter onde me agarrar... Para não pensar? Até eu já vou achando que sim, que isto de pensar não é fácil...




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