Um
triângulo amoroso no divã…
O
palato sentou-se com uma veemência fogosa como que ardente das malaguetas da
paixão…e sem entraves traz-nos um enredo romanceado entre três conhecidos, numa
história breve que antecede os grandes dramas e faz dos três um triângulo de
entradas mágico.
Uma
paixão arredondada e desequilibrada começa com 2 ovos que mergulham até ferver
e se cozem sem mais nem menos. Já arrefecidos despem-se de preconceitos e
descascam-se a rir com a brancura um do outro. Riem tanto que se desmancham em
duas metades e os seus pequenos corações amarelos saltam dos seus peitos e
juntam-se numa tigela. A seco pedem uma colher de sopa bem cheia de maionese e
outra generosa de mostarda Dijon,
grãos moídos de três pimentas, um colher de café de caril “madras” e claro…raspas finas de laranja, lima e manjericão. Mexendo
e remexendo estes corações bem mais apetitosos saltam de novo para os
respetivos peitos abertos e encaixam na perfeição voltando a bater a um ritmo
mais compassado. Sobre uma leve cama de rúcula com molho vinagre eles repousam
à espera que uma paixão à primeira vista os arrebate.
O
que não se faz tardar…pois no forno tostam duas robustas fatias de pão
alentejano traçadas a linhas de azeite, pimenta moída e orégãos. Recebem fatias
de tomate cru meio de sal e claro…finas fatias de “brie” que em breves minutos
se derretem à medida que o pão no fundo se tosta. Deixam o calor intenso e
acolhem tenras folhas de rúcula, gomos finos de maçã e pequenos pedaços de
hortelã.
No
liquidificador já aguarda a outra metade da maçã com 2 kiwis já maduros, uma
colher de sobremesa de canela e 5 folhas médias de espinafres. Com a ajuda de
meio copo de água transforma-se num néctar verde amor pronto a envolver os
outros elementos num triângulo amorosa de três pontas tão diferentes quanto
inseparáveis.
Este
palato tornara-se ao longo da sessão brilhante e corado…a história que
testemunhará ter-lhe-ia valido um gosto e paladar que jamais esquecera…e então
a saudade instalara-se e era preciso aprender a lidar com isso.
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