sexta-feira, 21 de julho de 2017

Entre o amor e o desejo...






Amores e desamores.

Correspondidos, não correspondidos, quentes, mornos, delicados, apaixonados, românticos, sexuais, traidores e fieis.
Já vivi de tudo.

Todos me ensinaram alguma coisa. Todos deram e tiraram emoções à matemática do amor que de certo tem muito pouco.

Aos 15 perdi-me de amores por um amor não correspondido. E que difícil foi. Mas a vida e a experiência ensinaram-me que dos amores não correspondidos, apesar de haver momentos em que achava que morria de tanta angustia por este amor vivido a um, nesta idade ou se for esta a nossa primeira experiência a este nível, é ainda assim o mais fácil de gerir por comparação com desamores experientes, ou em idade adulta digamos...
Nestas idades, apesar de acharmos que já tudo sabemos, a verdade é que sabemos muito pouco. Na realidade, nós, e o nosso desamor, vivemos isto da forma mais sincera possível. Eu gosto de ti…tu também não. E é isto. Por mais que a nossa cabeça de menina apaixonada ache que há ali mensagens escondidas, jogos e técnicas de sedução perversas…não há!
A idade e a falta de experiência não deixam que assim seja. E se ele não gosta de nós, é porque não gosta mesmo.

Este desamor dos 15 anos, tornou-se depois num grande amor aos 17 que durou alguns anos. Com ele descobri que era conquistadora, persistente e sedutora. Valências estas que tornaram este desamor num amor a dois. Com este amor, conheci a saudade dos apaixonados, o ciúme, a posse. Foi com ele que me descobri como mulher e foi a dois que conhecemos o que era fazer amor. Achava que era para sempre…, porém este meu primeiro amor, ficou no passado. Acabou como começou, num grande desamor, mas agora em papeis alternados…e com ele descobri o que era dar ao outro um grande desgosto de amor.

Aos 22 estava disponível para conhecer todo o tipo de sentimentos que as relações entre um homem e uma mulher podem dar…e assim foi. O futuro do verbo amar exigia a minha presença!

Conheci e dei-me a conhecer ao amor sempre de forma apaixonada. Durante um par de anos vivi muitas relações e percorri todos os cantos da paixão, do amor, do desamor e do prazer.

Recordo o dia em que o meu telemóvel tocou, ao fim de um dia de trabalho. Tinha acabado de chegar a casa dos meus pais.
Numero privado, que depois de muita insistência lá me rendi a atender… e rendida fiquei a um desconhecido de voz rouca, que de tanto ouvir falar de mim da boca de uma melhor amiga comum, achou que o seu regresso a casa naquele dia teria como o objetivo, conhecer pessoalmente essa amiga que tanto se falava.

Ao fim de duas horas de conversa pelo telefone, feita na 3 pessoa do singular (coisa deveras excitante), dei por mim a entrar no carro do F. cheia de vontade de matar um desejo louco e inesperado de um desconhecido… e assim foi.
Durante 3 meses vivi aquilo que agora chamam de 50 sombras de Grey... Fiz as maiores loucuras por este amor sexual. E aprendi imenso com este homem, sobre os homens e a sexualidade.

Descobri que uma relação puramente sexual, é surpreendentemente libertadora, revigorante e desafiante; não havia horários, não havia local, não havia regras. Só havia desejo; na fugaz hora de almoço no restaurante agitado de executivos, matavam-se desejos debaixo da mesa, do efeito que as mensagens trocadas pela manhã fora deixavam em nós; no parque de estacionamento antes de chegarmos ao hotel, porque o desejo queimava e exigia urgência; nas noites que se passavam acordadas, ele a descobrir-me e eu a aprender todo um mundo de prazer com ele.

Estas noites que se colavam com o amanhecer, que pareciam ser droga e que me toldavam o juízo e seriedade e me faziam chegar atrasada à empresa quase todos os dias.

Este amor sexual era isto, não havia os programas típicos de cinemas, de fins de semana românticos, de passeios a dois. Havia muito desejo do mais cru e carnal que pode haver, mas também sincero. Nesse tempo fomos só um do outro.

Até ao dia em que terminou. De forma tão abrupta como começou. Não deixou mágoa, só uma imensa experiência que nunca esqueci.

Os amores e desamores dos tempos idos, foram vividos com mais ou menos intensidade e entrega. A caminho dos 30 vivi dois papeis ambos exigentes, ambos apaixonados e como tal cheio de amor e dor.

Vivi o verbo trair… na primeira e na segunda pessoa. Um dia conto… nas duas pessoas…



Petra




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