Ás vezes tenho a ligeira sensação de que estas coisas que "minervam" nunca mais acabam e tem uma imensa tendência a aumentar de número...
…Bolhas de
espaço imaginário:
-Pessoas que numa fila de qualquer coisa à espera
para pagar, insistem em bafejar-nos com a sua respiração por cima do nosso ombro,
obrigando o cabelo a tocar no nariz provocando comichão. Lembro-me sempre
daquela bolha do anuncio de um iogurte a rebentar quando estas pessoas se
aproximam, ou então vejo a pessoa a entrar para dentro da minha bolha… e
ficamos lá os dois, aconchegadinhos, apertadinhos e a respirar do mesmo ar…tão
bom!
-Na praia faço propositadamente mais uns metros para
apanhar a parte do areal em que se consegue ver horizonte… eis senão quando,
alguém chega e apesar de ter imenso espaço à volta, decide armar todo o arsenal
balnear tão próximo que as sombras dos chapéus, o meu e o deles, forma uma
única como uma alegre família de desconhecidos.
…Supermercados:
-Aqui temos vindo a assistir a um fenómeno que eu
não sei onde vai parar.
Começou-se por ter uma operadora de caixa a passar
os artigos, naquilo que se pode considerar um ritmo normal, e nalguns espaços
até tínhamos uma pessoa a ajudar a por os artigos nos sacos.
Depois substituíram os sacos de plásticos por
outros, (os tais que agora toda a gente leva para todo o lado, especialmente
para a praia com os brinquedos dos miúdos, ou a roupa para a engomadoria…) mais
resistentes e deixou de haver assistência a ensacar.
Hoje em dia temos autenticas maratonas na linha de
caixa: … “vamos ver quem consegue ser mais rápida, eu a por tudo no tapete e
depois nos sacos, ou ela a passar os artigos pelo scanner!”
Ainda não acabei de por as coisas no tapete, já a
operadora está a puxar o dito e a passar os artigos pelo scanner a uma
velocidade vertiginosa. E aquele “bip”, “bip”, produz em mim uma necessidade de
competição e de tentar ser mais rápida que a profissional da caixa e aí tento
desesperadamente por tudo no tapete e depois tudo nos tais ditos sacos antes
que ela pergunte: “vai querer contribuinte na sua fatura?”, com um sorriso de
vencedora….
…Filhos e
rotinas:
1ª tentativa, voz doce meio a cantarolar e
claramente maternal
“-Filho. Vai
lá lavar os dentinhos, dizer até amanhã e cama.”
2ª tentativa, que ocorre uns 10m depois, ainda em
tom maternal
“-Filho, … vá,
já são horas. Vai lá! Já chega.”
3ª tentativa, tom maternal quase a descambar para o
demoníaco…
“-Importas-te de ires lavar os dentes e ires para a
cama!?”
4º tentativa já possuída
É agarrar pelo braço assim meio no ar e enfiá-lo na
cama e fechar a porta.
“Até amanhã! Também gosto muito de ti!” (apesar de
ele ter dito que eu sou uma chata e que não gosta de mim”.
E é isto…todos os dias.
…a parte dos filhos. As outras são só de vez em
quando é que minervam!
Petra
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