quinta-feira, 23 de maio de 2019

E se for o corpo a alertar a mente?




Nós temos a incrível capacidade de transmitir informações para nós próprios, mesmo sem nos apercebermos imediatamente disso! Hoje falo de quando é o corpo que chama a atenção da mente, quando o corpo nos oferece sinais de que algo não está bem. Estes pequenos grandes sinais têm o nome de sintomas, por vezes doenças, psicossomáticos.

São sintomas que podem surgir das mais diversas formas, e que têm como consequência a idas constante às urgências, a procura sucessiva de médicos de quase todas as especialidades (ou todas), sem que nenhuma resposta seja de facto satisfatória, sem que de facto seja uma verdadeira resposta à pergunta “o que é que se passa comigo?”, nada justifica em termos médicos os sintomas que insistem em aparecer…

Depois acaba por surgir a opinião do outro, que muitas vezes vem como crítica mascarada: “já estás outra vez doente?”, “vais outra vez ao médico?”, “isso é tudo da tua cabeça”. E será que estas críticas, esta desvalorização dos sintomas, não faz com que eles tenham maior intensidade? Daqui vem, inevitavelmente a dúvida do próprio: “será que têm razão? Que é mesmo tudo da minha cabeça?”, “mas eu sinto que não estou bem…”. Mas não está tudo bem, só não existe nenhuma explicação médica, que é o que se espera quando o sintoma vem do corpo. Mas existe um motivo psicológico, existem as emoções, as emoções reprimidas, o sofrimento emocional, que está a fornecer estímulos ao corpo que responde com sintomas físicos como pedido de ajuda. E são estes pedidos de ajuda que levam a pessoa a procurar o apoio psicoterapêutico, e é aqui que se chega à conclusão que o gatilho do sintoma é o sofrimento emocional.

Os sintomas psicossomáticos trazem com eles a angústia, e o primeiro passo envolve a aceitação de que estão associados ao estado emocional, que o mal-estar é interno e que pode estar relacionado com eventos traumáticos que gera a ansiedade manifestada inconscientemente no nosso corpo, e que existe um valor simbólico nessas manifestações que espera ser descoberto para abrir portas à possibilidade de reorganização do corpo e da mente.


É importante valorizar estes sintomas, é importante ouvir o nosso corpo, é importante aceitar o motivo de não estar “tudo bem” e pedir ajuda!





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