Nós temos a incrível capacidade
de transmitir informações para nós próprios, mesmo sem nos apercebermos
imediatamente disso! Hoje falo de quando é o corpo que chama a atenção da
mente, quando o corpo nos oferece sinais de que algo não está bem. Estes
pequenos grandes sinais têm o nome de sintomas, por vezes doenças, psicossomáticos.
São sintomas que podem surgir das
mais diversas formas, e que têm como consequência a idas constante às
urgências, a procura sucessiva de médicos de quase todas as especialidades (ou
todas), sem que nenhuma resposta seja de facto satisfatória, sem que de facto
seja uma verdadeira resposta à pergunta “o que é que se passa comigo?”, nada
justifica em termos médicos os sintomas que insistem em aparecer…
Depois acaba por surgir a opinião
do outro, que muitas vezes vem como crítica mascarada: “já estás outra vez
doente?”, “vais outra vez ao médico?”, “isso é tudo da tua cabeça”. E será que
estas críticas, esta desvalorização dos sintomas, não faz com que eles tenham
maior intensidade? Daqui vem, inevitavelmente a dúvida do próprio: “será que
têm razão? Que é mesmo tudo da minha cabeça?”, “mas eu sinto que não estou
bem…”. Mas não está tudo bem, só não existe nenhuma explicação médica, que é o
que se espera quando o sintoma vem do corpo. Mas existe um motivo psicológico,
existem as emoções, as emoções reprimidas, o sofrimento emocional, que está a
fornecer estímulos ao corpo que responde com sintomas físicos como pedido de
ajuda. E são estes pedidos de ajuda que levam a pessoa a procurar o apoio
psicoterapêutico, e é aqui que se chega à conclusão que o gatilho do sintoma é
o sofrimento emocional.
Os sintomas psicossomáticos
trazem com eles a angústia, e o primeiro passo envolve a aceitação de que estão
associados ao estado emocional, que o mal-estar é interno e que pode estar
relacionado com eventos traumáticos que gera a ansiedade manifestada
inconscientemente no nosso corpo, e que existe um valor simbólico nessas
manifestações que espera ser descoberto para abrir portas à possibilidade de
reorganização do corpo e da mente.
É importante valorizar estes
sintomas, é importante ouvir o nosso corpo, é importante aceitar o motivo de
não estar “tudo bem” e pedir ajuda!
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