O ano
começou com esperança, a vacinação para a COVID-19. Esperança num regresso à
normalidade, esperança naquele reencontro com família e amigos, naqueles
abraços e convivios. Esperança na liberdade de cada um.
Mas este
processo é lento e moroso. Continuamos a deparar-nos com uma pandemia mundial
que nos levou, mais do que uma vez, ao confinamento, ao teletrabalho, à escola
a partir de casa. Mas mais impactante é o afastamento imposto dos nossos,
família e amigos. Casais lidam com a gestão dos filhos e do próprio casal.
Crianças privadas da brincadeira com os amigos e da rotina da escola.
Adolescentes que não podem conviver uns com os outros.
Somos
confrontados com preocupações que geram ou aumentam ansiedades e incertezas
quanto ao futuro. O que nos trará o futuro?
Ninguém
consegue responder com certeza a esta questão, mas há que manter a esperança
num futuro melhor. E é mesmo a esperança que nos mantém positivos, que nos
impulsiona a continuar, a ultrapassar as dificuldades que nos surgem. É ela que
nos move e nos mantém vivos.
De acordo
com Snyder, que nos trouxe a Teoria da Esperança, esta é um estado cognitivo
positivo assente na expetativa de sucesso perante a determinação em alcançar
objetivos e delinear planos para os conseguir.
A esperança é
uma emoção positiva que ocorre geralmente quando somos deparados com
circunstâncias negativas ou incertas. Como o que vivemos atualmente!
É um fator cognitivo mas tem uma qualidade afetiva única que nos dá motivação para procurar resultados futuros. É um estado que mantemos intencionalmente:
decidimos ter esperança, muitas vezes, por medo das consequências reais que
podem ocorrer caso não tenhamos esperança. Podemos ter esperança em relação ao
que quisermos, em relação ao mundo, ao trabalho, à família e ao amor. Podemos
ter esperança numa mudança em nós próprios!
Quem tem esperança, tem também o desejo e a
determinação de que os seus objetivos serão alcançados, e tem ainda uma série
de estratégias (e a capacidade para as procurar e encontrar) para atingir esses
objetivos. A esperança permite-nos olhar os obstáculos com a confiança de quem
vai conseguir ultrapassá-los e, por isso, estamos mais dispostos a olhar à
volta, a procurar formas, caminhos, ferramentas, para o conseguirmos. Ou seja,
a esperança não corresponde apenas à vontade ou desejo de se chegar a
determinado lugar, mas também às diferentes formas para lá chegar.
Para além de nos permitir
evoluir, a esperança ajuda-nos a sobreviver. O instinto de sobrevivência no ser
humano é de uma força quase inesgotável. No entanto, em oposição à esperança
existem pessoas que perderam a vontade de viver. Várias pesquisas nesta área
mostram que a desesperança está mais associada ao suicídio do que a depressão.
Na área da saúde, estudos demonstram que a
esperança tem influência na eliminação ou redução de problemas físicos e
psicológicos. As pesquisas de Snyder comprovam que a esperança ajuda a pessoa a
reagir positivamente no caso de doenças e lesões. Também toleram melhor a dor.
Têm maior capacidade e habilidade adaptativa para resolver problemas.
A esperança é a última a morrer… e se precisar de uma ajuda
profissional para voltar a acreditar e a ter esperança no futuro, não hesite em
contactar O Canto da Psicologia. Estamos cá para lhe dar Esperança!
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