quarta-feira, 22 de maio de 2013





Dia 15 de Maio


“E cá estou eu outra vez a subir estas escadas. Não sei se é impressão minha ou se hoje, estão mais difíceis de subir!

Assumo, é difícil de pôr em palavras tudo o que sinto. Mas, porquê? Parece que estou perra de pensamentos , como uma bicicleta enferrujada, ou talvez presa, limitada às tais grades… Mas presa, afinal, a quê?! E porquê?! Porque é que tenho que me sentir presa desta forma, ao ponto de me sentir impedida de dar nome às coisas que me desagradam? E depois, claro, bloqueio! Mas, parece que é importante eu fazê-lo!

Mas é difícil… Estando eu diariamente ligada a uma linguagem tão factual e impregnada de leis, ás vezes inquestionáveis, há que reconhecer que é difícil pôr o que sinto ( será que consigo dar nomes a estas coisas?) em palavras e levar estas coisas estranhas, a uma estranha, para a sessão! Vai na volta a terapeuta fica a pensar que endoideci e que a advogada certinha que lhe entrou pelo consultório, traz uma imensidão de confusões para desvendar… Bom, sobre isto tenho eu a certeza: é mesmo como me estou a sentir, CONFUSA!

- Bom dia, Madalena

E não saí melhor! Continuo confusa! Que fazer com isto? Ela devolveu-me umas tantas coisas, que me estão aqui a martelar! Reconheço que não fui capaz de lhe dizer o que estava a sentir em relação ao que me disse! Lá está o tal bloqueio! Conhecendo-me como me conheço já sei que logo à noite, exactamente quando quero descansar, tudo isto vai-me vir à memória e não sei que raio vou fazer a isto!

E agora, vou ter que esperar até para a semana para ver se sou capaz de, em sessão, dizer-lhe tudo isto que escrevi aqui! Sim, porque, vendo bem, isto é o meu sentir!! ´
Curioso...pelo menos consigo escrever…



1 comentário:

  1. Olá, prezada equipe.
    Estou gostando muito de acompanhar este diário, está senso rico, muito interessante.
    Hoje, particularmente, ficou bem nídida a ansiedade da Madalena por falar, dizer o que sente, e a sua insegurança em relação àquela "estranha" que a escutará. Como dividir algo tão do fundo com uma estranha? O que ela pensará, que Madalena endoideceu? Estou doida para ver a próxima sessão e acompana-la até o momento em que confiar que a terapeuta está inteira para escutá-la sem julgar. Só neste momento se torna possível dividir o que, às vezes, é difícil até para sí próprio ouvir. Muito bom o diário. Um abraço em todos!

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