quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sonho e o baú do inconsciente...







Hoje, pela manhã e depois de uma noite de sono e sonho, falamos-lhe sobre a capacidade de sonhar e a sua representatividade na vida emocional de todos nós. Ao longos dos séculos, foi existindo um profundo interesse por esta construção inconsciente do nosso psiquismo, espelhada nas explicações que foram sendo encontradas, à luz de cada época, sobre o tema. É, contudo, em 1900, que se revoluciona a concepção dada ao mesmo, com a perspectiva introduzida por Sigmund Freud.

Na sua teoria sobre a interpretação dos sonhos, Freud enfatiza o lado simbólico desta função vital, equiparando-a a um palco onde se expressam emoções, conflitos, desejos e angústias. Assim, o que anteriormente era interpretado como meros símbolos ou premonições, passou a ser compreendido como manifestações do nosso inconsciente, que ganham no espaço do sonho uma força de expressão.

Na verdade, na agitação com que vivemos diariamente - compromissos, rotinas, actividades que fazemos de forma sistemática -, acabamos por nos defrontar consecutivamente com o cansaço e o stress da vida contemporânea. É à noite, através do período de sono, que conseguimos desligar-nos deste mundo atribulado e cheio de informações, mas é também neste espaço que se acendem os holofotes para o que verdadeiramente se passa nos batisdores da vida emocional.

Quando dormimos entramos numa espécie de “processo mágico”, pois é durante o sono que somos verdadeiramente capazes de mergulhar num universo totalmente novo e secreto: o nosso inconsciente. Com efeito, durante o sono dispomos de forças inconscientes que nos levam a sonhar - todas as pessoas sonham e os sonhos, como nos diz Freud, são sempre a realização de um desejo. Desejos esses que existem dentro de cada um, mas que devido aos hábitos, cultura, educação bem como a moral da sociedade em que nos inserimos, foram recalcados, reprimidos, ficando no mais fundo e obscuro de nosso "baú do inconsciente", só manifestando o seu poder durante os sonhos.

É exactamente por isto que os sonhos funcionam como um importante motor da compreensão de quem somos e do que nos move, funcionando como uma ferramenta ímpar no trabalho psicoterapêutico e de conhecimento da pessoa.

Por isto mesmo, não se esqueça de olhar para os seus, lembrando sempre que o sonho é “a principal estrada que leva ao conhecimento dos aspectos inconscientes de nossa vida psíquica” (Freud).



O Canto da Psicologia
Dr.ª Joana Alves Ferreira



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