Miller, professor de psicologia na Universidade
Rockefeller, tomou conta do meu imaginário no primeiro ano da licenciatura,
através do seu trabalho mais famoso: The Magical Number Seven, Plus or Minus
Two: Some Limits on our Capacity for
Processing Information - O número mágico sete, mais ou menos dois: alguns
limites na nossa capacidade de processar informação.
No referido artigo, que exigiu uma dissecação enquanto trabalho de grupo, Miller dá ao número 7 a faculdade mágica de permitir que a nossa memória a curto prazo tenha a capacidade de
armazenar listas de letras, palavras, números ou qualquer tipo de itens
discretos, na quantidade referente a esse número mágico (mais ou menos dois). Embora o seu influente artigo não constitua propriamente um estudo experimental em Psicologia, a sua obra – e a teoria nela contida – continua a ser um dos textos mais citados em Psicologia até hoje, mesmo 50 anos passados após a sua publicação. Trata-se, na verdade, de meta-análise (uma avaliação conjunta de várias pesquisas realizadas sobre um mesmo tema central) sobre as nossas capacidades em retransmitir o que os sentidos captam. Mas Miller foi mais além e estendeu a suas conclusões a uma característica particular da memória: a capacidade de lembrar pequenas quantidades de informação para uso imediato – ou, como se diz em linguagem científica, a memória a curto prazo.
E aí estamos nós no mundo apaixonante das estratégias mentais de facilitação ao nosso desempenho
prático e diário. Desde já está convidado/a a ler o artigo. E já agora, anote, a curiosa
combinação numérica na quantidade de dígitos, referentes aos números de
telefone: 123 456 789 ( + ou – dois), e reflicta sobre a facilidade como que de
uma forma espontânea e quase mecânica, sem a ajuda do papel, facilmente os memorizamos.
" O meu problema é esta perseguição a que tenho sido sujeito durante sete anos por este número inteiro - 7 - que se introduziu nos meus dados privados..."
Tal como Miller refere no seu artigo, também nós, por aqui, acossados pela simbologia deste número, resgatámos às nossas memórias ( para além deste artigo):
- - 7 são as virtudes;
- - 7 são as cores do arco íris;
- - 7 são as notas musicais, com 7 escalas, 7 pausas e 7 valores;
- - 7 dias dura cada fase da Lua;
- - 7 são as saias das nossas mulheres do mar da Nazaré;
- - 7 colinas tem Lisboa;
- - 7 são as maravilhas da natureza;
E porque será que recuperamos este tema e este número no texto desta semana?
Porque num tempo e espaço de magia quase surpreendente, percebemos de que este ano, 2017, O Canto da Psicologia completou 7 anos de uma existência mágica, pensada e posta em prática por 7 psicólogos que deram o mote para que mais uns tantos abraçassem esta ideia de colocar a terapia ao alcance de todos e que por isso mesmo, hoje, somos 17! É ou não é mágico?
Um imenso obrigada por parte de toda a equipa pela confiança, pela motivação, pelo desafio, pelas palavras, por tudo o que o/a tem feito chegar até nós...
Prometemos continuar por aqui em fases de muitos mais 7!
Ana de Ornelas
O Canto da Psicologia
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