quinta-feira, 18 de maio de 2017

E depois do divórcio...





A ajuda terapêutica no divorcio ( o antes e o depois )


A família é sem duvida uma instituição muito antiga, universal, que assume uma grande importância na vida de todos nós.

É na família que se criam os primeiros vínculos com as figuras de referência; é a partir desta primeira relação que aprendemos a amar, a confiar, e a sentir segurança nas relações . O ser humano é um ser de relação e quando esta primeira relação falha muitas outras relações posteriores podem também vir a falhar...

O casal surge desta primeira família. E cada um de nós, enquanto indivíduo, carrega consigo uma história a partir da sua família de origem; desta história muitas outras historias se sucedem; dos vínculos passados suguem novos vínculos; novos ramos da árvore florescem; a família aumenta; cresce-se com a ideia de  que a família resiste a tudo, e fazem-se muitos ensaios; muitos acontecimentos passam, tal com um guião de um filme, ao longo de muitos ou, poucos anos.

Mas um dia o que existiu ou, o que se pensou que existiu e se construiu  acaba. Acaba o casal. Acaba o casal conjugal; O que existiu permanece no tempo, porque o tempo não pode ser apagado. Mas a união de outrora e o juramento eterno desaparece.

Quando existem filhos, eles são a prova viva do encontro que um dia aconteceu. Muitas vezes também eles precisam de ajuda; e aí, facilitar e promover a compreensão infantil adequada aos sentimentos das crianças é muito importante para a continuação do seu bom desenvolvimento. Clarificar, e contar a verdade é imprescindível . Distinguir, o que é a zanga ou conflito dos pais e o que é dos filhos, é fundamental. Toda a família necessita de uma nova organização.

O processo de ajuda terapêutica ,num processo de crise do casal, tanto pode ser facilitador na reformulação de um novo diálogo ou, pelo contrário, dar origem à separação definitiva. A complexidade da vida a dois assim o pode ditar.

O objectivo da terapia de casal ou casal parental é clarificar, dar significado e nome a sentimentos e angústias que surgem. Na amálgama de sentimentos pode ser difícil discernir com clareza o que cada um sente. Antes mesmo da separação o terapeuta pode ajudar o casal a reflectir sobre os seus problemas na relação. Porém, quando o casal já tem pensado que a separação é a única forma para resolver o mal estar, a intervenção terapêutica também pode ser útil para  mediar a divisão dos bens, a guarda dos filhos e a perspectivar uma nova forma de estar.

Há estudos que comprovam de que existe maior probabilidade - cerca de três vezes mais - de os membros de uma  família em ruptura, separada, necessitarem de acompanhamento psicológico  do que elementos de famílias ditas  intactas.

O divórcio é semelhante a uma perda de morte. A perda do outro ou, o abandono do outro, é sentida como a ausência do que foi conhecido, do que um dia foi seu.

Passar da conjugalidade à parentalidade exige um novo recomeço. Pais e filhos deparam-se com uma nova realidade de lugares de pertença que necessita de tempo para ser pensada e reinventada. Assumir o fim, o fracasso, os enganos e desencontros faz parte do processo.
A separação gera muitas angústias e incertezas e constitui-se um novo desafio há autonomia e à maturidade emocional de cada um dos elementos do casal para seguir o seu caminho. Fazer o luto da relação é inevitável . 

Fazê-lo com ajuda terapêutica poderá ser menos penoso e mais fácil.


Drª Lucia Abrantes
Terapeuta de Casal
O Canto da Psicologia



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